
Por Ana Respício, Ana Paula Afonso, Cátia Pesquita e Teresa Chambel, Professoras do Departamento de Informática, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
As competências específicas das mulheres tornam-nas boas profissionais em muitas áreas em que uma formação superior em Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) constitui uma mais-valia, pela sua capacidade de trabalhar em contextos interdisciplinares, de cuidar e de criar. Numa época em que as TIC estão a transformar o mundo, as mulheres têm a oportunidade de contribuir de forma ativa e significativa para a sociedade e a construção de um futuro global.
Apesar das vantagens associadas à diversidade em equipas de trabalho na área das TIC, o género feminino continua sub-representado neste setor dominado por homens. Para entender os motivos que levam a esta sub-representação e para apurar o que afasta as mulheres de uma carreira nas TIC, têm-se realizado inquéritos nos mais variados fóruns. Alguns resultados indicam que, mesmo optando por fazer formação na área, algumas jovens mulheres têm dificuldade em sentir-se integradas e apoiadas no início do percurso profissional, acabando por desistir de construir uma carreira. Isto acaba por aumentar ainda mais a desproporção de género no setor.
Outra necessidade de algumas mulheres, ao optarem por uma carreira nas TIC, é sentirem que o seu trabalho pode fazer a diferença. Neste sentido, e para atrair mais jovens mulheres, existem múltiplas iniciativas. Algumas empresas e organizações promovem atividades onde elas desenvolvem projetos tecnológicos e de empreendedorismo que podem contribuir para o bem comum (por exemplo, a Microsoft, o Technovation Girls, etc). Ainda assim, a disparidade no setor das TIC continua evidente. Mantendo o ritmo a que esta disparidade se tem vindo a reduzir, seriam necessários 67 anos para a eliminar, apenas na Europa (de acordo com a organização internacional Women Tech).
Os objetivos da União Europeia para o Programa Década Digital incluem a redução da disparidade de género nas TIC como medida para alavancar o progresso da sociedade e o crescimento económico. Nos últimos anos, em Portugal, observou-se um aumento ainda que moderado da representação feminina nesta área, no Ensino Superior. De acordo com a Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, em Portugal, atualmente, 0.7% das mulheres inscritas no Ensino Superior estudam numa licenciatura de TIC, enquanto que para os homens essa percentagem é de 3%. Em particular, na Licenciatura em Engenharia Informática da Faculdade de Ciências (ULisboa), 16% de estudantes são do género feminino, enquanto na Licenciatura em Tecnologias da Informação, também desta faculdade, esta percentagem é de 20%.
O “Girls in ICT Day” (Dia Internacional das Jovens Mulheres nas Tecnologias de Informação e Comunicação) assinala-se internacionalmente na 4ª quinta-feira de abril, por iniciativa da União Internacional das Telecomunicações, com o objetivo de aumentar a consciencialização das jovens mulheres sobre as oportunidades de carreira nas TIC. Mas a responsabilidade e a oportunidade de ultrapassar ideias feitas e estereótipos e contribuir para o progresso da sociedade está ao alcance de todos nós.
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