O fim do planeta Terra tem sido estudado e vários cenários traçados. Há várias teorias sobre o assunto e diferentes possibilidades em aberto, desde a colisão com um asteroide, aos efeitos da evolução natural do Sol. Aí as estimativas variam, mas as ordens de grandeza são sempre acima dos milhares de milhões de anos. A confirmarem-se essas previsões, e as de um estudo recente apoiado no poder cálculo da supercomputação, em nenhum dos cenários de extinção do planeta a Humanidade estará cá para se extinguir com ele, porque já terá deixado de existir.

Diz a pesquisa publicada na Nature Geoscience que se nada mudar no curso de evolução do planeta, a repetição e agravamento de um conjunto de fenómenos atuais levará à extinção da Humanidade em 250 milhões de anos.

As alterações climáticas são uma das grandes razões para que o planeta se torne inabitável para humanos e outros mamíferos. Prevê-se um aumento gradual da atividade vulcânica na Terra, que vai acelerar a concentração de dióxido de carbono na atmosfera, mais do que duplicando-a face aos valores atuais. Ao envelhecer, o sol irá também emitir mais radiação e estender as zonas de deserto perto dos trópicos.

O aquecimento da temperatura do ar e da água vão tornar cada vez mais desafiantes as condições para criar e produzir alimentos. A simulação antecipa que as temperaturas acima dos 40º vão ser uma constante e temperaturas pontuais acima dos 60º também estão previstas.

O Homem, embora recente na história da Terra, destacou-se pela notável capacidade de adaptação, mas a pesquisa sugere que poderá não conseguir acompanhar mais esta mudança, ao ritmo necessário para não se extinguir. Até porque, as condições para produzir alimentação ou viver num planeta cada vez mais árido nas zonas de deserto e mais húmido nas zonas costeiras não serão muitas. Mais de 90% da Terra será inabitável.

No cenário de evolução trabalhado a partir do modelo do Gabinete de Meteorologia do Reino Unido, pelo supercomputador da Universidade de Bristol, antecipa-se ainda que os movimentos das placas tectónicas e o regresso a um continente único serão outros elementos chave para o desequilíbrio da Terra como a conhecemos. Na era do Pangea Ultima, a temperatura média do ar terá aumentado 15º, face à temperatura da era pré-industrial, replicando as condições que há 260 milhões de anos forçaram a erradicação de mais de 90% das espécies no planeta.

Os resultados desta pesquisa foram publicados no ano passado, a análise dos resultados alcançados pelos modelos matemáticos continua na ordem do dia e têm entrado em vários debates recentes sobre os efeitos das alterações climáticas, como um alerta para a sociedade. Falta perceber se podemos realmente mudar o curso da história, mas também se uma previsão a tão longo prazo pode ser realmente fiável.