O lixo espacial continua a ser um risco para o uso contínuo do espaço próximo da Terra. E este aumenta à medida que os países continuam a investir na exploração espacial, sendo constantemente lançados objeto, aumentando o risco de colisões. E foi o que aconteceu no dia 12 de maio, agora partilhado pela Agência Espacial Canadiana, que a Estação Espacial Internacional (ISS na sigla inglesa) foi atingida por um detrito.
O choque aconteceu no Canadarm2, mas não foi forte o suficiente para ser notado pelo impacto ou sensores da ISS. E só foi descoberto durante uma inspeção de rotina no dia 12 de maio. A agência refere que apesar de todas as precauções tomadas, sobretudo para garantir a segurança dos astronautas a bordo da ISS, o impacto de pequenos objetivos pode acontecer, pois fogem aos radares.
Os resultados preliminares da análise realizada ao impacto indicam que a performance do braço não foi afetada, e continua a operar sem problemas, disse a agência canadiana. O Canadarm2 é um braço robótico fundamental na montagem e manutenção dos restantes componentes da estação espacial. Os danos resumem-se a uma pequena área do braço e um lençol térmico.
Atualmente estima-se que existam cerca de 23 mil objetos de lixo espacial a serem monitorizados na órbita baixa terrestre, para evitar colisões contra os satélites e a própria ISS. A maioria tem o tamanho de uma bola de basebol, mas no caso de serem mais pequenos tornam-se difíceis de monitorizar. E considerando a sua velocidade orbital, podem criar danos graves se embaterem contra as estruturas importantes.
Só no ano passado, a ISS teve de executar manobras de emergência para evitar colisões e em 2019, os satélites operados pela agência tiveram que ser manobrados 21 vezes para se desviarem de detritos.
Mesmo que nunca mais houvesse nenhum lançamento espacial, o lixo espacial continuaria a crescer devido a colisões que dariam origem a ainda mais detritos. Recorde-se que a Agência Espacial Europeia tem em curso projetos de remoção de lixo espacial da órbita da Terra e que recentemente anunciou ter celebrado contratos nesse sentido, com várias empresas, incluindo duas portuguesas.
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