A DECO registou, até 20 de novembro, mais de 6.500 reclamações relacionadas com as compras online, seja através de websites, como marketplaces e redes sociais. A pandemia de COVID-19 alterou os hábitos dos consumidores, que impedidos de deslocar-se aos centros comerciais e grandes superfícies, passaram a apostar no comércio online. E os números que a Defesa do Consumidor refere não refletem ainda as compras relacionadas com a época natalícia e as campanhas do Black Friday ou Ciber Monday.
A associação recebeu 6.571 queixas, uma subida de até 230% em relação ao ano passado, avança o Diário de Notícias, citando fonte oficial. As redes sociais já são o local de compras para 33,2% dos portugueses, registando um aumento de 3,3% face a 2019, segundo o estudo “Os Portugueses e as Redes Sociais” da Marktest.
Só o Facebook tem 72,6% dos negócios, sendo 34% relativos a roupa, 13,4% a calçado e 9,7% de artigos para o lar. Ainda assim, a rede social apresenta a melhor experiência de compras desde 2013, conseguindo uma satisfação de 76,1%. Ainda assim, há quem não confie nos marketplaces das redes sociais como o Facebook, com 21,3% dos inqueridos a assumir que não usa os seus espaços para as compras. Assim, 22,6% fazem as suas compras nos websites.
A Defesa do Consumidor alerta que as pessoas têm prazos legais para devolver as suas compras até 14 dias, a contar no dia em que recebeu o produto ou fazer cancelamento por escrito. Mas nas redes sociais nem sempre isso é possível, porque muitos negócios são feitos por pessoas particulares nas plataformas. Mesmo os comerciantes que passaram a utilizar os marketplaces online para mitigar a falta de faturação nas suas lojas, parecem não estar a responder às devidas regras, segundo uma análise feita aos vários mercados digitais disponíveis aos portugueses.
Já foi mesmo pedido à Secretaria de Estado do Consumidor e do Ministério da Economia a criação de responsabilidades sobre os marketplaces online para resolver eventuais conflitos entre as lojas e os consumidores. Para já a DECO aconselha os consumidores a terem cuidado onde compram e verificarem se as lojas em questão são de confiança.
De salientar que na primeira quinzena de novembro, houve um crescimento de 32% nas compras online face ao ano passado, segundo dados da SIBS, motivado pela segunda vaga da pandemia, que resultou no confinamento dos portugueses. Os setores do Entretenimento, Cultura e Subscrições, Comércio Alimentar & Retalho, Restauração, Food Delivery e Take Away representaram uma grande fatia das transações neste canal durante todo o ano, correspondendo neste momento a 40% do total de compras.
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