Uma pesquisa da International Data Corporation (IDC) junto dos líderes de tecnologias de informação (TI) na América do Norte - Enterprise Resilience: IT Skilling Strategies, 2024 - demonstra que essa tendência para a falta de recursos humanos está já em curso. Dois terços dos inquiridos afirmam que, como consequência desta escassez, as empresas falharam os objetivos de crescimento das receitas, tiveram problemas de qualidade e um decréscimo na satisfação dos consumidores.
Dentro de dois anos, mais de 90% das organizações mundiais vão sentir a crise de competências de TI, somando custos de 5,5 biliões de dólares resultantes de atrasos de produção, diminuição da competitividade e perda de receitas.
As competências em inteligência artificial são hoje as mais procuradas pela maioria das empresas, seguidas das competências em operações de TI. As empresas também querem que os colaborados sejam capaz de trabalhar em cloud, incluindo arquitetura, gestão e armazenamento de dados, e em desenvolvimento de software. São também procuradas competências não técnicas, como “digital business", humanas e de liderança.
"Colocar as pessoas certas com as competências certas nas funções certas nunca foi tão difícil”, afirma Gina Smith, PhD, diretora de investigação da prática de competências de TI para negócios digitais da IDC. “As empresas têm de encontrar formas criativas de contratar, formar, melhorar as competências e requalificar os seus colaboradores”. A solução é uma cultura de aprendizagem, conclui.
Na semana passada, a Microsoft anunciou os resultados do World Trend Index que apontam no mesmo sentido: os líderes das empresas querem mais competências em IA, sendo que a escassez de talentos é a principal preocupação.
A resistência à formação é um dos desafios que as empresas enfrentam no momento de aumentar as competências dos colaboradores, explica a IDC. Estes queixam-se de que os cursos são demasiado longos, as opções de formação são demasiado limitadas e não há um alinhamento suficiente entre as competências e os objetivos profissionais.
Os líderes de TI precisam de encontrar as estratégias para chegar a um ambiente de aprendizagem eficaz internamente. Podem ser formações em sala, hackathons, laboratórios práticos, entre outras. 70% dos inquiridos dizem estar já a utilizar métodos experimentais de formação, incluindo laboratórios, jogos e hackathons. A IA generativa também já integra a formação de metade das empresas inquiridas.
A mudança cultural tem de ir além da formação. Deve começar pelo topo com os líderes a demonstrar por que é a aprendizagem importante para a organização, além de destinar tempo, dinheiro e recursos humanos adequados para esta aprendizagem contínua.
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