A despesa com tecnologias de segurança deve este ano crescer 12,3% na Europa, a refletir um ambiente cada vez mais desafiador para todos os atores e uma tendência de crescimento que se manterá até 2027, quando a despesa nesta mesma área deverá alcançar os 84 mil milhões de dólares.
Embora as maiores taxas de crescimento com os gastos em segurança venham este ano de países na Europa de Leste, como a República Checa (15,4%) ou a Hungria (13,4%) , vamos assistir a um crescimento generalizado do investimento nesta área, com três grandes atores em destaque. Reino Unido, Alemanha e França vão representar mais de metade do mercado europeu de segurança em 2024, segundo a IDC.
Por sectores, a banca, as administrações públicas centrais, as telecomunicações e o retalho serão os maiores gastadores este ano, assegurando 38% do investimento previsto em segurança na região. Os sectores onde o investimento/despesa em segurança mais aumentará vão ser a banca (14,2%), media e entretenimento (14%), aeroespacial e defesa (13,8%).
No caso da banca, por exemplo, antecipa-se que seja cada vez mais alvo de esquemas que envolvem tentativas de extorsão e que precise de investir cada vez mais para proteger processos de negócio atuais e novas iniciativas de transformação digital. As empresas de media e entretenimento investem para se proteger de ameaças que podem prejudicá-las mais que a outros sectores, pelo elevado nível de exposição que têm. Já na defesa e espaço é a situação geopolítica da região que está a contribuir para acelerar o ritmo dos investimentos e a necessidade de proteger ativos, nomeadamente industriais.
Os dados são do Worldwide Security Spending Guide da IDC e mostram igualmente que, de um modo geral, os investimentos em segurança na Europa este ano irão sobretudo responder às ameaças crescentes de ciberataques, servir para proteger ambientes de trabalho híbridos e garantir a conformidade com a regulação nacional e internacional. O software e os serviços de segurança serão as áreas chave de crescimento, entre as observadas nesta análise, que também cobre o hardware.
"As organizações europeias enfrentam níveis de ciberameaças sem precedentes, impulsionadas por uma enorme e avassaladora economia do cibercrime, pela proliferação de todo o tipo de ferramentas e serviços de ataque na dark web e por um cenário geopolítico conturbado", detalha Mark Child, diretor de pesquisa da IDC European Security.
O responsável destaca o esforço que a União Europeia está a fazer para melhorar a resiliência digital em toda a região, através de um conjunto de medidas legislativas que também acabam por chamar as empresas a ter um papel mais ativo nessa área.
Para que os esforços resultem e as empresas europeias possam blindar-se melhor contra ataques, diz também o analista, as estratégias de segurança das organizações têm de avançar em várias frentes. Entre elas, convergir para uma melhor avaliação de riscos de segurança, um equilíbrio entre medidas preventivas e pró-ativas e a disponibilidade das competências e recursos necessários.
A IDC sublinha ainda o facto de a inteligência artificial generativa estar a trazer novos desafios para as empresas ao nível da segurança, que está a deixar de ser um requisito técnico para se converter num “fator estratégico-chave para empresas em todas as indústrias, que se queiram manter competitivas". Esta alteração é ainda mais evidente nos sectores que também estão a reforçar mais os seus investimentos, pela dimensão das consequências dos ataques não evitados, frisa-se.
A correr contra o tempo estão também as PME, tipicamente menos preparadas para estas ameaças e cada vez mais expostas, à medida que o nível de ameaça também aumenta. Neste universo, a IDC destaca o crescimento da aposta em serviços geridos, outsourcing, e na formação de recursos internos.
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