A propósito do Dia Mundial do Consumidor, que se assinala a 15 de março, um novo estudo revela que 55,2% dos consumidores já foram alvo de uma tentativa de burla online e que 33,6% já foram vítimas deste tipo de cibercrime.
O estudo, levado a cabo por pelo Portal da Queixa junto de um universo de 1.564 inquiridos, dá a conhecer que o nível de literacia digital dos portugueses ainda é baixo, existindo um desconhecimento acerca dos vários tipos de ciberataques, assim como um baixo nível de implementação de medidas de proteção online.
Em comunicado, o Portal da Queixa detalha que 29% dos inquiridos admitem que não sabem identificar burlas ou esquemas fraudulentos. Embora 71% dos participantes do estudo afirmem que sabem identificar este tipo de ameaça, ainda existe um elevado nível de desconhecimento quanto aos esquemas fraudulentos e ciberataques que de facto conhecem.
Entre os tipos de ameaças mais conhecidas pelos inquiridos destacam-se as burlas por SMS e email (87%) e esquemas de phishing (81,7%). Seguem-se as fraudes através de sistemas de pagamentos eletrónicos (58,6%) e o spyware (57,7%).
Por outro lado, existem lacunas no que toca a ameaças como ransomware (conhecido por 43,2% dos inquiridos); roubo de contas no WhatsApp (19,8%); esquemas de SIM swapping (14,2%); Pharming (7%); e “Shoulder surfing” (6,1%).
Já no que toca às medidas para garantir mais segurança online, não partilhar passwords ou credenciais com terceiros foi um dos cuidados apontados por 85,7% dos consumidores. Ter o programa de antivírus atualizado é uma realidade que 68,9% dos inquiridos afirmam praticar.
Os dados indicam que 48% dos inquiridos afirmam ter autenticação de dois fatores ativada nas suas contas online; 49,9% afirmam aceder apenas a sites seguros e 43,4% admitem utilizar sempre redes seguras.
36,4% dos inquiridos afirmam alterar regularmente as passwords; 27,6% admitem guardar as passwords num gestor próprio e apenas 23,6% dos participantes do estudo dizem utilizar uma VPN.
Os consumidores serão capazes de reconhecer uma situação de risco, como uma mensagem ou email suspeito? Embora a maioria dos inquiridos indiquem que ignorariam ou apagariam a mensagem, 12,7% afirmam que entrariam em contacto com o remetente real e 0,8% admitem que confiariam no remetente mesmo que a mensagem parceria estranha.
Olhando para os mecanismos de segurança online nos locais de trabalho, 26,9% dos inquiridos respondem que “não existem” e que as medidas indicadas são escassas face aos perigos que os utilizadores estão expostos.
Mesmo assim, entre as medidas implementadas destaca-se a utilização de um programa antivírus (82,3%). O uso de VPN no local de trabalho reuniu 43,6% das respostas dos inquiridos, a utilização de gestor de passwords reuniu 32,2% e a obrigatoriedade de autenticação por dois passos foi referida por 39,3% dos participantes.
Como afirma Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa e embaixador da Comissão Europeia para os Direitos do Consumidor, o estudo vem comprovar que "há uma evidente iliteracia digital que é preciso colmatar com informação e conteúdo fidedigno, que ajude os consumidores neste campo". O responsável enfatiza a importância de denunciar os casos, uma vez que "só a partilha pública dessas experiências permite alertar outros consumidores, marcas e entidades, mobilizando-se a sociedade do problema, para a solução".
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