"Após o ataque terrorista a Israel, agimos no sentido de suprimir ou assinalar dezenas de milhares de mensagens", escreveu a diretora-geral da X, Linda Yaccarino, numa carta publicada na conta do comissário europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton, em resposta a uma mensagem publicada pelo próprio na qual ameaçava a rede social com sanções por divulgação de informação falsa e conteúdos violentos.

Yaccarino acrescentou ainda na carta não haver lugar na X "para organizações terroristas ou grupos extremistas violentos", garantindo que a rede social detida pelo bilionário Elon Musk continua "a apagar contas em tempo real".

A responsável da X adiantou ainda ter criado um grupo de trabalho para acompanhar a situação, lembrando que as regras da rede social proíbem contas que defendam atos violentos e ainda mensagens em que é desejado mal a alguém.

Na quarta-feira, Thierry Breton abriu uma conta na rede rival da X e ainda em desenvolvimento, a Bluesky, que apenas é acessível por convite, após a divulgação na X de "informações falsas" sobre o conflito em Israel.

Ataques em Israel: Bruxelas pressiona Elon Musk para tomar medidas imediatas contra fake news no X
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O grupo islamita palestiniano Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação denominada "Espadas de Ferro".

Israel declarou guerra total e prometeu castigar o Hamas como nunca antes, tendo o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, declarado estar "em guerra" com o grupo palestiniano.

Imagens de satélite mostram a evolução do conflito Israel-Hamas. Clique para ver com mais detalhe

O Hamas controla a Faixa de Gaza desde 2007 e é classificado como "grupo terrorista" pela União Europeia (UE), Estados Unidos e Israel.

Os dados oficiais de vítimas mortais do conflito desencadeado sábado pelo grupo islamita apontam para 1.300 mortes em Israel e 1.354 na Faixa de Gaza, indicaram hoje fontes oficiais das duas partes.

Além dos 1.300 mortos em Israel, e segundo os últimos dados do Ministério da Saúde israelita, foram hospitalizadas 3.268 pessoas, das quais 28 em estado crítico, 348 em estado grave e 581 em estado moderado,

Bombardeamentos, destruição e morte. A evolução do conflito Israel-Hamas retratada em imagens de satélite
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Do lado de Gaza, adianta o Ministério da Saúde palestiniano, além da morte de 1.354 pessoas, muitas delas civis, somam-se 6.049 feridos em diferentes estados, bem como 31 mortos na Cisjordânia, onde também foram contados cerca de 180 feridos.

Segundo o porta-voz do exército de Israel, Richard Hecht, além do número de mortos de ambos os lados, cerca de 1.000 milicianos do Hamas foram abatidos durante confrontos com as forças de segurança em território israelita, onde continuam os combates esporádicos, tendo cinco milicianos sido mortos na quarta-feira.