O mais recente relatório do Copernicus Atmosphere Monitoring Service (CAMS) mostra como a intensidade dos fogos que devastam tanto Portugal como Espanha causou um aumento significativo das emissões de CO2.

Em apenas uma semana, as emissões em Espanha aumentaram drasticamente, alcançando o nível mais elevado de emissões de CO2 causadas por incêndios florestais desde 2003, realça o CAMS.

Já para Portugal, os dados registados pelo serviço do programa Copernicus apontam um claro aumento nas emissões ao longo dos últimos dias, com níveis que se aproximam dos totais anuais de 2003 e 2005.

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Olhando para o gráfico relativo às emissões diárias acumuladas de carbono em Espanha é possível ver que, nos últimos dias, atingiram valores recorde, atingindo o nível mais elevado de emissões causadas por incêndios no país em, pelo menos, 23 anos, afirma o CAMS.

Além das emissões de CO2, os dados mostram um aumento na concentração de partículas PM2.5 na Península Ibérica, registando valores muito acima dos níveis normais, com a qualidade do ar a degradar-se significativamente a centenas de quilómetros dos incêndios.

Copernicus Atmosphere Monitoring Service | Impacto dos incêndios na Península Ibérica e na América do Norte Copernicus Atmosphere Monitoring Service | Impacto dos incêndios na Península Ibérica e na América do Norte
Créditos: CAMS

O fumo causado pelos fogos na Península Ibérica chegou a países como França e Reino Unido, além de regiões como a Escandinávia, na semana passada, juntando-se ao fumo dos incêndios florestais no Canadá, que atravessou o Oceano Atlântico.

Imagens de satélite ilustram escala dos fogos em Portugal
Imagens de satélite ilustram escala dos fogos em Portugal
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Como detalha o CAMS, a França está também a enfrentar uma onda de calor que fez aumentar exponencialmente o risco de incêndios florestais. Nas últimas semanas, vários fogos deflagraram, consumindo 17.000 hectares, naquela que está a ser considerada como a pior época de incêndios dos últimos 50 anos no país.

O hemisfério norte está a enfrentar uma época de fogos particularmente ativa, realça o serviço do programa Copernicus. Além de incêndios em países como Grécia, Albânia e Montenegro, do outro lado do Atlântico, há fogos que continuam a arder na América do Norte, com colunas de fumo que estão a afetar a qualidade do ar nas regiões vizinhas.

Copernicus Atmosphere Monitoring Service | Impacto dos incêndios na Península Ibérica e na América do Norte Copernicus Atmosphere Monitoring Service | Impacto dos incêndios na Península Ibérica e na América do Norte
Créditos: CAMS

No Canadá, as províncias de Saskatchewan e Manitoba estão a ser as mais afetadas por incêndios florestais. Já nos Estados Unidos, vários fogos que deflagraram em julho continuaram em agosto em estados como Nevada, Arizona, Utah e Colorado.