
O julgamento onde vão ficar definidos os remédios a aplicar à Google, por causa da sua posição dominante no mercado das pesquisas e práticas anticoncorrenciais nessa área, começou esta segunda-feira e prosseguem as audições que vão levar à barra do tribunal executivos de diferentes empresas.
Nick Turley, diretor de produto do ChatGPT, da OpenAI, foi ouvido esta terça-feira e confirmou que a empresa será uma das interessadas em comprar o navegador Chrome, se a Google for obrigada a desfazer-se dele. “Sim, nós, assim como muitos outros”, assumiu o responsável perante o juiz, quando este perguntou se a OpenAI tinha interesse em comprar o browser, segundo a Bloomberg. E a resposta não ficou por aqui, Nick Turley ainda deixou umas “luzes” sobre o que poderia surgir dessa integração entre o Chrome e a tecnologia do ChatGPT. Antecipou que com isso seria possível “oferecer uma experiência realmente incrível” e proporcionar aos utilizadores uma experiência verdadeiramente “AI First”, ou seja, moldada a partir do poder da sua inteligência artificial.
No mesmo depoimento, o responsável confirmou que Google e OpenAI neste momento não têm nenhum tipo de relação comercial. As duas empresas chegaram a conversar em tempos, mas nada resultou dessas conversas.
Vender o Chrome é uma das possibilidades que a Google enfrenta no julgamento que vai definir medidas para reduzir a posição dominante da empresa. O reconhecimento dessa posição dominante foi confirmado num julgamento anterior, no culminar de um caso interposto pelo DoJ (Departamento de Justiça dos EUA) em 2020, onde a Google chegou acusada de práticas anticoncorrenciais no mercado das pesquisas.
Depois de vencer a causa, o DoJ trabalhou num conjunto de possíveis remédios para corrigir a situação que agora apresenta em tribunal, devolvendo a palavra à justiça, que vai tomar uma decisão final sobre as medidas corretivas a aplicar.
Vender o Chrome, que soma 4 mil milhões de utilizadores e uma quota de mercado a nível mundial de 66%, é uma das hipóteses em cima da mesa. Se avançar, obviamente não será difícil encontrar compradores interessados no negócio. Vender o Android é outra opção, na mesma lógica de reduzir o peso da Google em algumas frentes do mercado digital, e, consequentemente, no mercado de pesquisas online. A acusação pede ainda o fim dos acordos comerciais entre a Google e fabricantes de smartphones, como a Apple, para garantir lugar de destaque para o Chrome nos equipamentos das marcas e com isso assegurar um lugar privilegiado para as pesquisas no motor de busca da Google.
A Google tenta obviamente por todos os meios evitar qualquer uma das medidas, defendendo que o seu ecossistema é a força da sua inovação e criticando a intenção de regular excessivamente o mercado, na sua visão. Lee-Anne Mulholland, vice-presidente de assuntos regulamentares da empresa, escreveu durante o fim-de-semana numa rede social que este é um caso “retrógrado numa altura de intensa concorrência e inovação sem precedentes. Com novos serviços como o ChatGPT (e concorrentes estrangeiros como o DeepSeek) a prosperar, as propostas de medidas drásticas do DoJ são desnecessárias e prejudiciais”.
Pergunta do Dia
Em destaque
-
Multimédia
Pode usar o carregador do smartphone nesta e-Bike. Ampler Nova chega em junho à Europa -
App do dia
Há uma nova app para os fãs da Nintendo que acaba de chegar às lojas da Google e Apple -
Site do dia
Gostou do efeito metal líquido do logo da Apple na apresentação do iPhone 16e? Pode replicar o estilo -
How to TEK
Criou uma prompt fantástica no Copilot? Já pode partilhar o resultado através de um link
Comentários