Já foi uma plataforma de crescimento em Portugal, mas de momento o número de utilizadores está a baixar. O desinteresse não é de agora, mas com certeza que se agravou com as polémicas mais recentes, com a questão Cambridge Analytica a desencadear tudo.
De acordo com dados da Marktest, em novembro de 2018, 65,9% dos utilizadores de redes sociais referiam usar o Facebook, quando dois anos antes estava perto dos 80%.
Além disso, a predominância da rede social criada por Mark Zuckerberg não é transversal a todas as idades. Entre os jovens utilizadores de redes sociais, os resultados de 2018 mostram uma inversão das redes visitadas com mais frequência, com o Instagram a “render” o Facebook na primeira posição.
Mais precisamente, 44,6% dos inquiridos com idades entre os 15 e os 24 anos apontaram o Instagram como a rede social que utilizam com mais frequência, 37,7% o Facebook, 7,3% o Youtube, 5% o WhatsApp e 5,3% outras redes.
À falta de empatia (e de paciência…) que muitos dos utilizadores já andavam a sentir vieram juntar-se as fortes preocupações com a privacidade, quando o escândalo Cambridge Analytica foi trazido a lume.
Depois de reconhecer que a consultora utilizou dados de 87 milhões de utilizadores da rede social para influenciar campanhas políticas em todo o mundo, dos quais 63 mil portugueses, o Facebook lançou novas diretrizes para tornar as suas configurações de privacidade mais fáceis de identificar.
Mark Zuckerberg pediu muitas desculpas à internet pelo sucedido. Voltou a fazê-lo em abril, quando testemunhou durante 10 horas perante o Congresso norte-americano, depois de ter enfrentado cinco horas de perguntas no Senado. Na altura esclareceu que a rede social iria aplicar nos EUA e no resto do mundo algumas das novas regras de proteção de dados que entrariam em vigor na Europa em maio, com o RGPD.
A 22 de maio, o mentor do Facebook regressou às desculpas, desta vez aos europeus, numa sessão perante os eurodeputados. E se 2018 não começou bem para a rede social, não se pode dizer que o resto do ano tenha corrido melhor.
No final de setembro surgia a notícia de que uma falha de segurança teria atingido 50 milhões de contas (mais tarde indicou-se que seriam apenas 29 milhões). Com o ano a acabar, o Facebook foi acusado de ter partilhado dados pessoais dos utilizadores com gigantes tecnológicas como Netflix, Microsoft, Amazon e Spotify.
A partilha de dados tinha como intenção beneficiar todos os parceiros, para maior crescimento conjunto, obter mais utilizadores, e claro gerar mais receitas de publicidade.
Muito recentemente veio a lume o facto de o Facebook pagar aos utilizadores mais jovens para poder “espiar” aquilo que estes fazem a partir do seu smartphone. A proposta envolve o pagamento de vales mensais no valor de 20 dólares, mediante o download da aplicação Facebook Research.
Embora, à partida, possa parecer “mais um prego para o caixão”, esta será a menos grave de todas as polémicas da rede social em torno da privacidade. É que aqui há consentimento, de facto, dos utilizadores, que são pagos em troca. Depois daquilo tudo que já foi feito (mesmo sem nossa autorização) com os dados que geramos todos os dias, a toda a hora, será este o futuro do relacionamento entre pessoas e aplicações? É que dizer que “oferecer” publicidade direcionada a alguém que nem sequer está interessado em receber publicidade é um benefício, já não "cola"...
De referir que, apesar das polémicas, o Facebok encerrou 2018 com um lucro de 22,112 mil milhões de dólares (19,2 mil milhões de euros), mais 39% do que no ano anterior.
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