Carros elétricos compactos e modulares: Que modelos já pode conduzir e que ofertas estão a caminho?

O segmento de veículos elétricos ultracompactos e de micro-mobilidade está em plena ascensão, não só na Europa, como até mesmo nos Estados Unidos, um mercado habitualmente marcado pelos SUVs e pick-ups de grandes dimensões. Estas soluções estão em crescimento, fruto da necessidade de soluções urbanas que sejam não só mais pequenas, como mais acessíveis.

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Regras e limitações

Um elemento em comum nestes tipos de veículos ultracompactos está relacionado com as características técnicas, muitas vezes limitadas propositadamente para permitirem a sua utilização por menores de idade. Visto tratarem-se de modelos quadriciclo, que podem ser do tipo ligeiro (L6e) ou pesado (L7e), estes podem ser conduzidos por menores de 14 anos em alguns mercados, embora em Portugal esse valor esteja limitado aos 16 anos, com exigência da licença de condução AM, para ciclomotores e quadriciclos ligeiros. Para os modelos L7e, bastará a carta de condução B1 (desde 16 anos) ou B (a partir dos 18 anos).

Entre as principais diferenças, os modelos do tipo L6e não podem ter mais de 425 kg (excluindo baterias), a potência norma deve estar limitada a 6 kW (8,2 cv), e a velocidade máxima a 45 km/h. Já os modelos L7e poderão ver a potência incrementada para os 15 kW (20 cv), o que lhes permitirá atingir até 90 km/h. Estes poderão ter um peso máximo de 450 kg para modelos de passageiros, e até 600 kg para modelos de mercadorias, mas, mais uma vez, a estes valores poderá acrescentar o peso das baterias.

Soluções compactas à venda em Portugal

Apesar de já termos tido soluções compactas de mobilidade elétrica, como foi o caso do Renault Twizy em 2012, o mercado tem evoluído bastante nos últimos anos, não só fruto das restrições que têm sido impostas nos centros urbanos das grandes cidades europeias, como pela evolução da tecnologia.

Atualmente um dos melhores exemplos que temos é o Citröen AMI, que está igualmente disponível nas versões de outras marcas pertencentes ao grupo Stellantis, como o Opel Rocks e o Fiat Topolino. Todos eles têm a mesma base, a de um quadriciclo elétrico de dois passageiros, que foi desenvolvido em colaboração com a Altran.

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Com menos de 2 metros e meio de comprimento e menos de 500 kg de peso, este pequeno modelo recorre a um motor elétrico de 9 kW (12 cv) de 48V, o suficiente para atingir os 45 km/h, estando equipado com uma bateria de 5.4 kWh, garantindo assim um alcance de 75 km. Devido à curta capacidade da mesma, esta pode ser totalmente carregada em menos de quatro horas numa tomada doméstica vulgar.

Devido às suas dimensões, e simplicidade da construção e dos materiais usados, este pode ser facilmente transformado na versão mais radical Buggy, que vê as portas serem substituídas por barras metálicas, e o tejadilho em vidro por uma capota removível em lona. O mesmo acontece com a sua versão italiana, o Fiat Topolino, que também é disponibilizado na versão fechada, como na versão Dolcevite, onde as portas foram substituídas por cordas de vime, e o tejadilho em vidro substituído por cobertura removível em lona.

Mas não pense que a Renault desistiu das suas propostas, bem pelo contrário. Através da criação da Mobilize, uma marca própria dedicada a serviços e soluções de mobilidade, esta lançou dois modelos que são a evolução natural do pequeno Twizy.

O Mobilize Duo é um quadriciclo de dois lugares, disponível em duas versões distintas, o 45 Neo e o 80 Evo que, curiosamente, recorrem à mesma bateria (10,3 kWh) e mesmo motor elétrico, mas têm limites de velocidade diferentes (45 km/h e 80 km/h), o que por sua vez exige carta de condução de ligeiros (B/B1) no último caso. Ambos oferecem 161 km de autonomia. Para quem preferir uma versão comercial, terá o Mobilize Bento, com um só lugar, mas com integração de um compartimento de carga de 1 m3.

Por fim temos o XEV Yoyo, um modelo que, embora desenhado em Turim, é totalmente construído na China. Recorrendo a um design claramente inspirado no antigo Smart ForTwo EQ, este tem a particularidade de utilizar um conjunto de baterias de 10,4 kWh, que além de garantir até 150 km de autonomia, estas podem ser removidas e carregadas em casa, ou simplesmente substituídas por módulos já carregados. O motor de 15 kW (20 cv) permite velocidades até os 90 km/h.

Futuras soluções

Dentro em breve iremos receber mais propostas no mercado, como o Dacia Hipster sobre o qual o TEK Notícias já escreveu. Trata-se de um quadriciclo com menos de três metros, formato cubico, e que utilizará materiais reciclados e elementos extremamente simples. Não foram divulgadas características técnicas sobre o mesmo, mas este deverá ter uma bateria entre 15 a 20 kWh, o que lhe garantirá uma autonomia entre 150 a 200 km, e uma velocidade máxima estimada de 90 km/h.

Da China chega-nos a proposta da Astraux, que conhecemos durante a IFA 2025, em Berlim. Este modelo, que será disponibilizada em duas variantes, o AL6 e o AL7, tem apenas 2,3 metros de comprimento, motor elétrico de 5 kW (6,8 cv) e 10 kW (13,6 cv) respectivamente, e uma bateria (capacidade não revelada) que permitirá atingir uma autonomia entre os 95 km para a versão AL6 base, até 180 km para a versão AL6 Pro e Ultra.

Também a Toyota revelou a sua proposta, o FT-Me, inspirada nas soluções utilizadas para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio de 2021 e de Paris de 2024. O FT-Me terá dimensões compactas com menos de dois metros e meio, o suficiente para dois confortáveis lugares.

Apesar de não terem sido revelados detalhes técnicos sobre o mesmo, sabemos que terá uma velocidade máxima de 45 km/h, e que utiliza painéis solares que permitirão ampliar a autonomia da bateria entre 20 a 30 km por dia, dependendo da exposição solar.

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