O nome não enganou e no painel “Leadership in the Era of AI” do Portugal Digital Summit Joana Santos Silva, MBA Director & Innovation Diretor do ISEG, e Carolina Afonso, CEO Iberia do GATO PRETO falaram de liderança em “tempos de inteligência artificial”. Na tarefa foram (mais ou menos) ajudadas por Francisco Velez Roxo, que desafiou as duas oradoras a comentarem frases proferidas por autores intemporais, sugeridas pelo ChatGPT.
“Um líder é um vendedor de esperança” foi a primeira citação e pertence a Napoleão Bonaparte. Se fosse hoje era uma frase válida? Joana Santos Silva acha que não.
Para a MBA Director & Innovation Diretor do ISEG, “um líder não vende esperança, vende uma visão”, afirmou. “Quando essa visão esta integrada com a equipa aí pode transformar-se em esperança”.
Joana Santos Silva vê a liderança como uma opção estratégica e não como um comportamento, o problema é que na perspetiva da IA “ainda ninguém sabe do que está a falar”.
“Não há ainda um real business case no que diz respeito à IA. Ainda estamos todos numa perspetiva de tentativa”, sublinhou Joana Santos Silva.
Neste momento “estamos num fosso: há imensa boa vontade sobre a IA, muitos investimentos, mas ainda não percebemos qual é o business case completo nesta perspetiva”.
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Relativamente à esperança, Joana Santos Silva falou sobre todo o drama que há em redor do emprego e defendeu que não há nenhum emprego que ao dia de hoje seja completamente substituído pela IA. “Na realidade estamos numa situação de explorar o tema”.
“O emprego não é uma tarefa, o emprego é sempre um conjunto de tarefas. Há tarefas que são mais sensíveis à substituição pela inteligência artificial do que outras”, disse Joana Santos Silva.
“Antes de ser um líder de negócios o sucesso tem tudo a ver com o crescer. Quando alguém se torna um líder, o sucesso tem tudo a ver com o crescimento dos outros”. A frase é de Jack Welch e será que se aplica na era da IA?
A pergunta foi para Carolina Afonso, CEO Iberia do GATO PRETO, que concorda com a frase, mas com alguma mudança de conceito, naquilo que hoje pode ser designado por “servant leadership”: um líder que está ao serviço do bem-estar coletivo.
Neste novo conceito de liderança de estar ao serviço de uma “causa maior”, além dos números, também entra um novo elemento que é o propósito, que até os colaboradores já o exigem.
“Hoje, enquanto líderes, temos de ter um olhar mais atento sobre a perspetiva do outro, sobre o que é que todos os stakeholders esperam de nós e do valor que as nossas competências podem criar em conjunto”, afirmou Carolina Afonso. “Ao fim ao cabo o propósito não mudou”.
A responsável ibérica do Gato Preto foi, ela própria, buscar uma frase ouvida há uns anos atrás de que existem dois tipos de líderes: líderes canalizadores e os líderes poetas.
“Os líderes canalizadores sabem resolver aspetos concretos, mas não inspiram, não mobilizam. Ao invés, o líder poeta inspira, tem visão, mas não sabe resolver o problema e isto é muito o que se passa nas organizações: ou têm um ou têm outro”, referiu. “O melhor líder é uma mistura dos dois: que consiga ser construtor e sonhador”.
Acompanhe a transmissão dos vários palcos do Portugal Digital Summit em direto nos dias 23 e 24 de outubro de 2024.
Pode ver a agenda completa do evento no site do Portugal Digital Summit.
O SAPO TEK vai acompanhar os dois dias do Portugal Digital Summit’24, a partir do Técnico Innovation Center. Siga todas as notícias aqui, assim como a transmissão em direto do evento.
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