A sonda BepiColombo voltou a passar próximo da superfície de Mercúrio, desta vez a uma distância de 236 quilómetros, naquele que foi o seu terceiro sobrevoo de "assistência gravitacional" pelo planeta.

A passagem foi feita pelo lado noturno do planeta, com algumas "vistas interessantes" da superfície de Mercúrio registadas pelas câmaras de monitorização. Durante o "encontro" desta segunda-feira à noite, coube à câmara de monitorização 3 captar dezenas de imagens do planeta rochoso.

O download das imagens, que fornecem instantâneos a preto e branco com uma resolução de 1024x1024 pixeis, foi feito durante a noite e o início da manhã deta terça-feira. A ESA escolheu três para "lançamento antecipado".

tek BepiColombo 19 de junho
tek BepiColombo 19 de junho BepiColombo créditos: ESA/BepiColombo/MTM, CC BY-SA 3.0 IGO

Aparecendo do lado noturno do planeta, algumas "feições" começaram a surgir das sombras depois de cerca de 12 minutos da maior aproximação, quando a BepiColombo já estava a cerca de 1.800 km de distância. A superfície do planeta ficou mais iluminada para os "cliques" passados cerca de 20 minutos após a aproximação e a partir daí, correspondendo a uma distância de cerca de 3.500 km e mais, refere a ESA.

Os sobrevoos, a par de mais de 15.000 horas de desafiadoras operações de propulsão elétrica solar, são necessários para ajudar a missão que junta a ESA e a congénere japonesa JAXA a lutar contra a enorme atração gravitacional do Sol, eventualmente perdendo energia suficiente para depois ser capturada na órbita de Mercúrio.

Lançada em outubro de 2018, mediante o calendário definido inicialmente, está previsto que a BepiColombo entre na órbita do planeta rochoso do Sistema Solar menos estudado (até agora) a 5 em dezembro de 2025, depois de um total de nove sobrevoos, dos quais seis já estão feitos: um na Terra, dois em Vénus e três em Mercúrio.

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Após a passagem desta segunda-feira à noite, a missão entrou numa das suas fases mais desafiadoras da sua jornada, aumentando gradualmente o uso da propulsão elétrica solar através de períodos de propulsão adicionais chamados “arcos de impulso”, para abrandar continuamente contra a enorme força gravitacional do Sol, sublinha a ESA. Esses arcos de impulso podem durar de alguns dias até dois meses, com os arcos mais longos interrompidos periodicamente para otimização de navegação e manobra.

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Mercúrio é o planeta rochoso menos explorado do Sistema Solar, e um dos principais motivos é a dificuldade em alcançá-lo. À medida que a BepiColombo se aproxima do Sol, a poderosa atração gravitacional do Astro-Rei acelera a sonda na sua direção. Os sobrevoos com assistência de gravidade são uma ótima maneira de mudar o curso usando muito pouco combustível, mas estão longe de ser simples, sublinha a ESA.

A agência espacial garante que os controladores de voo estão prontos para guiar a BepiColombo, com precisão para que a sonda passe por Mercúrio exatamente à distância certa, no ângulo certo e com a velocidade certa. "Tudo isto foi calculado há anos atrás, mas tem que ser o mais próximo possível da perfeição no dia".