A Terra demora cerca de 86.400 segundos para completar uma rotação, o equivalente a 24 horas. No entanto, o dia 5 de agosto vai durar um pouco menos do que o habitual, com menos 1,25 milissegundos, tornando-o um dos dias mais curtos desde que se começaram a medir as rotações da Terra com precisão.

Até 2020, o dia mais curto alguma vez registado através de relógios atómicos tinha sido 1,05 milissegundos mais curto. Desde então, o recorde tem vindo a ser batido todos os anos. Por exemplo, a 5 de julho de 2024, o dia teve menos 1,66 milissegundos.

Novas estimativas, com base em dados do Serviço Internacional de Sistemas de Referência e Rotação da Terra e do Observatório Naval dos Estados Unidos, indicam que, além de 9 e 22 de julho, o dia 5 de agosto será um dos mais curtos do ano.

Os dados, partilhados pelo website TimeandDate, sugerem que o dia mais curto poderá ter sido mesmo 10 de julho, embora as previsões ainda necessitem de confirmação.

Terra | Previsões para os dias mais curtos do ano
Terra | Previsões para os dias mais curtos do ano créditos: TimeandDate

Apesar de não nos serem perceptíveis, estas variações estão a intrigar os cientistas, que questionam, por exemplo, se o efeito acumulado do fenómeno ao longo do tempo pode ter impacto em sistemas que dependem de uma noção precisa do tempo e posição, como o GPS ou as comunicações por satélite.

As variações a curto prazo na duração do dia estão relacionadas, entre outros fatores, com a posição da Lua. O nosso planeta tende a girar ligeiramente mais rápido quando a Lua está mais afastada do equador terrestre, explica Graham Jones, astrofísico e comunicador de ciência do TimeandDate, ao website EarthSky.

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Nos dias 9 e 22 de julho, a posição da Lua estava mais afastada, com o mesmo a suceder hoje, o que poderá ter contribuído para acelerar temporariamente a rotação da Terra.

Mas, por que motivo é que a Terra acelerou? As variações a longo prazo na velocidade de rotação do planeta são influenciadas por múltiplos fatores e, embora existam várias hipóteses, o fenómeno ainda está longe de ser totalmente compreendido.

Alguns cientistas apontam, por exemplo, para causas internas, como os movimentos do núcleo da Terra, uma vez que os modelos que envolvem a atmosfera ou os oceanos não explicam, por si só, a aceleração. Por outro lado, há também quem sugira que o nosso planeta pode já ter atingido um ponto mínimo e que, mais cedo ou mais tarde, voltará a abrandar.