A Particle criou um computador de bolso, baseado numa placa única, que promete ser poderoso, com capacidade de processamento de inteligência artificial. O Tachyon, como foi batizado, promete aplicações semelhantes a um Raspberry Pi, mas assume-se como mais compacto e poderoso. A campanha no Kickstarter fechou com sucesso, com a empresa a encaixar 523 mil dólares do objetivo inicial de 10 mil, juntando-se 2,267 apoiantes nos diferentes níveis de oferta do produto. O preço do Tachyon, durante a campanha, foi de 199 dólares. 

O Tachyon é um computador com conectividade 5G, que segundo a empresa, pega na tecnologia presente nos smartphones recentes e inseri-a numa unidade com o mesmo “form factor” que um Raspberry Pi, para alimentar equipamentos de computação portáteis. O microcomputador tem um processador Snapdragon Kryo da Qualcomm, com oito núcleos (1 a 2,7 GHz, 3 a 2,4 GHz e 4 a 1,9 GHz). Oferece conectividade 5G com suporte a ligações de 6 GHz, assim como Wi-fi 6E com antenas incorporadas. 

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O modelo inclui configurações com 4(8 GB de RAM e armazenamento interno de 64/128 GB UFS. Inclui na configuração um GPU Adreno 643 e um acelerador de IA de 12 TOPS. Tem conectividade USB-C 3.1 com DisplayPort (para ligar a um monitor), duas linhas PCIe para ligar mais acessórios e quatro linhas de DSI. Suporta cerca de 20 sensores de câmera fotográfica. O computador é alimentado via USB-C ou uma bateria de lítio com carregador integrado. A empresa promete um sistema de arranque seguro e sistema de ficheiros encriptados, para aumentar a segurança do equipamento. 

“O Tachyon combina toda a capacidade de computação edge, conectividade e o software necessário para embeber inteligência a tudo, em qualquer lugar”, afirma a Particle. Referindo-se ao sucesso do Raspberry Pi, aponta que existe um enorme ecossistema de developers, para quem faz projetos de hobby, sendo simples e acessível. Mas para uso profissional existem obstáculos, como as limitações de capacidade de processamento e os problemas na gestão térmica, como desafios a correr um sistema operativo de um cartão SD, além da falta de segurança digital robusta. O Tachyon procura responder a essas mesmas necessidades da perspectiva profissional.  

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A empresa diz que tem vindo a aprimorar os seus microcontroladores de IoT nos últimos 10 anos. O microcomputador funciona num ecossistema Linux, para que funcione em tudo, desde pequenos projetos pessoais a lançamentos profissionais em grande escala. 

O processador Qualcomm QCM6490 oferece o poder do Snapdragon ao ecossistema IoT, suportado por Linux, numa longevidade garantida de 10 anos. A empresa diz que se trata do mesmo processador que alimenta o FairPhone 5, assim como tecnologia na base do primeiro Nothing Phone. O equipamento inclui um conector de 40 pins compatível com o Raspberry Pi, suportando ainda câmaras, monitores e outros periféricos via PCIe ligados com cabos. Os utilizadores podem depois criar as suas caixas, tal como fazem com o Raspberry Pi.