
Chama-se 3I/ATLAS e é o terceiro “visitante” interestelar detetado no nosso Sistema Solar. Descoberto na semana passada através do telescópio Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System (ATLAS) da NASA, no Chile, o objeto espacial está a intrigar os cientistas, que continuam a tentar descobrir mais sobre a sua origem.
Ainda esta semana, o Observatório Europeu do Sul (ESO) partilhou um novo vídeo que mostra o 3I/ATLAS a navegar pelo Espaço. O timelapse foi captado através do Very Large Telescope (VLT) a 3 de julho, apenas dois dias depois do objeto ter sido descoberto.
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No final do vídeo é possível observar todas as imagens captadas através do instrumento FORS2 do telescópio numa só, “a mais profunda e a melhor que temos até hoje deste estranho objeto”, afirma o ESO.
Mas o que se sabe sobre este objeto espacial misterioso? A NASA explica que, no dia 1 de julho, a equipa do ATLAS detetou um cometa vindo do Espaço interestelar, ou seja, fora do nosso sistema solar.
O cometa, observado em direção da constelação de Sagitário, foi “batizado” como 3I/ATLAS, seguindo a nomenclatura para este tipo de objetos, como no caso do 1I/ʻOumuamua, descoberto em 2017, e do 2I/Borisov, detetado em 2019.
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Os investigadores conseguiram recuperar observações anteriores ao momento da descoberta nos arquivos de três outros telescópios que fazem parte do ecossistema ATLAS, mas também do Zwicky Transient Facility. Estas observações remontam até ao dia 14 de junho.
De acordo com a NASA, o cometa não representa uma ameaça para a Terra, permanecendo a uma distância de, no mínimo, 1,6 unidades astronómicas, o equivalente a cerca de 240 milhões de quilómetros.
A descoberta gerou entusiasmo imediato na comunidade científica. Num dos primeiros estudos publicados após a descoberta do objeto espacial, os investigadores estimam que o cometa tenha cerca de 10 quilómetros de diâmetro, deslocando-se a cerca de 60 km por segundo. Em declarações ao The Economist, John Noonan, astrónomo da Universidade de Auburn, nos Estados Unidos, e um dos autores do estudo, afirma que esta "tem sido uma semana a todo o gás”, com equipas a trabalhar intensamente para confirmar a origem do cometa e a recolher o máximo de dados possível.
Outro estudo, publicado ainda esta semana, aponta para a possibilidade de o 3I/ATLAS ter mais de sete mil milhões de anos, tendo origem numa região da Via Láctea onde é possível encontrar várias estrelas antigas acima e abaixo do plano central da galáxia.
Segundo dados avançados pelo ESO, atualmente, o 3I/ATLAS está a viajar em direção ao sistema solar interior, a mais de 600 milhões de km de distância do Sol, e espera-se que atinja a sua maior aproximação à Terra no final de outubro. Por essa altura, o 3I/ATLAS estará escondido atrás do Sol, mas voltará a ser visível em dezembro, quando estiver já a regressar ao Espaço interestelar.
O Planetary Defence Office da Agência Espacial Europeia (ESA) também está a acompanhar a descoberta do 3I/ATLAS. Segundo a agência, os seus astrónomos estão agora a colaborar com os esforços internacionais para monitorizar a trajetória do cometa e procurar registos anteriores da sua passagem. Por se tratar de um raro "visitante" interestelar, os cientistas estão particularmente interessados em estudar a sua composição e comportamento.
Nesse sentido, a ESA está também a preparar a missão Comet Interceptor, prevista para 2029. O objetivo passa por colocar uma sonda no Lagrange point 2, sensivelmente a 1,5 milhões de quilómetros da Terra, para recolher informação sobre um cometa primitivo que se manteve inalterado desde a sua formação.
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