Com a chegada da tecnologia de Silício-Carbono, temos vindo a assistir à massificação de baterias com uma capacidade significativamente mais elevada, face às capacidades permitidas pelas tradicionais baterias com células de iões de lítio.
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Tecnicamente a diferença não parece ser muita, já que a composição química dos elementos principais não mudou, somente a dos ânodos. Estranhamente, bastou a alteração desde elétrodo da tradicional grafite porosa para um compósito de silício e carbono para se conseguir aumentar significativamente a densidade energética da bateria.
A título comparativo, a densidade energética de uma bateria convencional de iões de lítio varia entre 250 a 300 Wh/KG, enquanto as de silício-carbono podem atingir os 400 a 500 Wh/kg. Com este aumento da densidade, é possível aumentar a capacidade da bateria em cerca de 15% mantendo as mesmas dimensões das células, ou fazer o inverso, reduzir em 15% o volume ocupado pela bateria, mantendo a capacidade energética.
Isto tem permitido assistirmos ao lançamento de smartphones topo de gama que de um ano para o outro estão a saltar de baterias de 5.000 mAh para 6.000 ou 7.000 mAh. Mas este “upgrade” levanta outras questões tecnológicas, razão pelo qual nem todos os fabricantes ainda optaram por adotar a tecnologia, como é o caso da Samsung e da Apple.
Porquê mais pequenas?
Recentemente a Honor lançou o Magic 8 Pro na China, um modelo com características impressionantes, mas que revela ter uma diferença distinta entre a versão que será lançada para vários mercados: a bateria.
A versão chinesa tem uma bateria de 7.200 mAh, mas a da versão que entretanto já se estreou em alguns mercados asiáticos (conhecida por alguns como a "versão global") tem 7.100 mAh.Como avançado pelo website GSMArena, o smartphone estará também a caminho da Europa, mas numa versão cuja bateria terá somente 6.270 mAh. E qual a razão?
A principal está relacionada com a durabilidade e o inchado da bateria, algo que, infelizmente, faz parte do “defeito natural” do silício, este expande-se fisicamente quando está carregado de energia. Enquanto os ânodos de grafite tendem a expandir apenas cerca de 10% durante os ciclos de carga, o silício expande entre 10 a 20%, sendo essencial a presença do carbono para fornecer o suporte estrutural para colmatar essas variações do silício, para além da superior condutividade elétrica.
Como o comportamento dos utilizadores europeus é diferente dos restantes, sendo a troca de equipamento menos frequente, é essencial que as marcas garantam a durabilidade das baterias dos mesmos. Ultimamente os fabricantes são praticamente obrigados a garantir que as baterias durem aproximadamente três anos (entre 800 a 1600 ciclos) com um efeito de degradação mínimo da capacidade das mesmas.
Como tal, alguns fabricantes acabaram por optar por seguir por um caminho mais seguro, ao reduzir a capacidade máxima da bateria, garantindo assim uma margem de segurança maior para a inevitável expansão química das células da bateria, evitando que esta acabe por provocar danos na estrutura do equipamento, como a quebra do vidro do painel traseiro, ou algo mais grave.
A regulamentação de transporte e segurança exige que baterias de grande capacidade sejam testadas e certificadas para garantir a sua segurança durante o seu transporte internacional. Para garantir que estas não correm riscos de explosão ou de inchaço prematuro, é essencial a realização destes testes, para a posterior aplicação da certificação CE (Conformidade Europeia) e FCC (EUA).
Velocidades de carregamento dispares
Outro detalhe curioso que temos verificado com o lançamento de smartphones de última geração é que a velocidade de carregamento é, algumas vezes, inferior nos modelos globais. Novamente, vamos usar o Honor Magic8 Pro como exemplo, sendo a versão chinesa certificada para carregamento de 120W com cabo, sendo a "versão global" limitada a 100W. Esta diferença está igualmente relacionada com as propriedades do Silício, assim como a razões técnicas e de certificação.
Basicamente, aquilo que já lhe dissemos sobra a capacidade da bateria aplica-se também aos carregadores e à tecnologia de carregamento. Temos a limitação obrigatória imposta pelas baterias de silício-carbono, que não lidam bem com o calor extremo de um carregamento ultrarrápido, sendo que algumas marcas como a OnePlus, optam por usar baterias de duas células com menor capacidade, para colmatar essa limitação, garantindo assim um carregamento de 120W.
Depois temos também a diferença nos materiais usados, sendo que os carregadores chineses de grande velocidade estão, por norma, equipados com nitreto de gálio (GaN), um elemento semicondutor mais potente e eficiente que o silício, e que por isso faz com que menos energia seja desperdiçada sob a forma de calor durante o o seu funcionamento. O facto de também conseguir lidar com voltagens mais altas, permite que os carregadores consigam lidar com 200 a 300W de carga (como a Xiaomi e a Oppo já revelaram), usando carregadores mais compactos que os tradicionais.
Mas, como seria de prever, esses carregadores são muito mais caros, exigem certificações específicas para serem comercializados fora da China, e com as restrições legislativas para as baterias na Europa, deixa de fazer sentido a existência de velocidades tão rápidas de carregamento para mercados como o nosso.
Campeões de autonomia
E quais os equipamentos que pode adquirir para tirar partido destas novas tecnologias, e garantir horas e horas de uso interminável? Bem, isso depende do tipo de utilização e do mercado, mas podemos dizer-lhe, desde já, que é possível encontrar vários smartphones topo de gama com mais de 7.000 mAh de bateria no seu interior.
Clique nas imagens para conhecer os modelos com maior bateria em Portugal
A capacidade máxima que encontrará em Portugal são os 7.500 mAh, valor essa que encontrará nas baterias do Oppo Find X7 Pro e do RedMagic 11 Pro, ambos também com uma velocidade máxima de carregamento de 80W. Ligeiramente abaixo desses encontrará o OnePlus 15, que conta com uma bateria de 7.300 mAh, tendo este a vantagem de utilizar uma tecnologia de carregamento rápido de 120W.
Logo a seguir temos o ZTE Nubia Z80 Ultra, com uma bateria de 7.200 mAh e carregamento rápido de 80W, ao qual se segue a versão mais compacta do topo de Oppo, o Find X9, com 7.025 mAh, e também ele capacidade de carregamento de 80W. Gostariamos de ter incluído o Xiaomi 17 Pro Max, modelo que conta com 7.500 mAh e carregamento de 100W, mas até ao momento a Xiaomi ainda não confirmou se irá lançar uma versão global desde equipamento.
Clique nas imagens para conhecer os modelos com as maiores baterias
Se, porventura, estiver interessado em investir num smartphone com uma bateria “a sério”, saiba que na China facilmente encontrará modelos com mais de 20.000 mAh de capacidade. O modelo com maior capacidade que encontrámos foi o Dooge S200 Max, com 22.000 mAh de capacidade, sendo imediatamente seguido pelo Dooge V Max Play com 20.500 mAh.
Como seria de prever, estes equipamentos são feitos para uma utilização profissional, tendo estes componentes de gama média e um corpo robusto preparado para sobreviver a uma utilização descuidada, daí terem uma espessura entre os 25 e os 30 mm, face aos meros 8.3 mm do Oppo Find X9 Pro, só para ter um termo de comparação. Finalizamos esta lista com o Blackview Xplore 2 com 20.000 mAh, o Oukitel WP56 com 16.000 mAh e o Blackview BV7300 com 15.000 mAh.
Uma particularidade nestes equipamentos, é que entre todos eles só o Blackview Xplore 2 suporta um carregamento rápido de 120W, estando todos os restantes limitados a um carregamento mais contido em torno dos 45W, sendo o S200 Max da Dooge a única exceção, ao lidar com carregamento “rápido” de 66W. Como decerto imaginará, carregar uma bateria em torno dos 20.000 mAh deverá demorar aproximadamente três horas ou mais.
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