Por Susana Soares (*)
Já ouviu falar em “crise on-demand”? Foi decerto assim que se sentiram muitas empresas de todo o mundo quando, subitamente, tiveram de perceber como manter a sua estrutura operacional em regime de teletrabalho. E essa foi apenas a primeira exigência. Desde então, os desafios não têm parado.
Mas se olharmos para o panorama a longo prazo, compreendemos que esta situação fez muito mais do que exigir a equipas inteiras que assumissem o papel de bombeiros de serviço. Ela obrigou-nos a lidar com alguns assuntos há muito pendentes e que, francamente, já deviam ter sido abordados há alguns anos.
Há já algum tempo que a maioria das organizações acumulava uma lista de pendentes em matéria de TI, aqueles projectos que todos sabem que é urgente concretizar, mas não agora. Vamos chamar-lhe uma ‘dívida técnica’. Estas listas parecem agora bastante similares aos projectos que fomos forçados a pôr em prática no decorrer do último ano. Não há duas iguais, claro, mas há palavras que surgem recorrentemente em várias: Todos queremos mais resiliência, agilidade e ritmo.
Os quatro passos para a adopção da multi-cloud
Felizmente para todos nós, a cloud já existia para nos ajudar a sair deste problema legado. Podemos agora levar a cabo alterações radicais em tempos incrivelmente curtos de umas poucas semanas ou, no máximo, um par de meses. Sem isso, creio que a taxa de sobrevivência empresarial de 2020 teria sido muitíssimo pior.
Outra feliz coincidência é que já tínhamos experiência suficiente de como fazer a migração para a cloud quando a escala das perturbações causadas pela pandemia se tornou evidente. Fora do alcance de possíveis projectos de migração para a cloud, a vasta maioria daquilo a que assistimos na Fujitsu passa por lidar com a migração de data centers e disaster recovery, optimizando volumes de trabalho para aquilo que tem de ser feito hoje (enquanto nos data centers on-premises era preciso ‘espaço de manobra’ para acomodar possíveis flutuações).
O que se tornou bastante claro durante a pandemia foi que os ambientes multi-cloud criam muito mais flexibilidade para as empresas irem ao encontro das necessidades dos clientes e dos colaboradores, as quais podem variar imenso entre um extremo e outro. E depois, rapidamente, voltar ao que eram. Agora, elas são o modelo ideal para reagir às perturbações de cada sector que já se fazia sentir antes da pandemia, devido a forças sociais, económicas e digitais de longo prazo.
Mudar para a multi-cloud
Como muitos já descobriram, a migração para a cloud tem vantagens significativas, mas tem de ser gerida com cautela. Há três aspectos que exigem particular atenção. Primeiro, tem de se certificar de que está a aproveitar as tecnologias emergentes certas. Há muito por onde escolher. Em segundo lugar, tem de se assegurar de que possui a estrutura certa (equipas, SLAs e KPIs) para navegar sem sobressaltos do planeamento até à implementação, e daí para o governance e para a gestão. Terceiro aspecto: como está o seu ecossistema de fornecedores? Com a multi-cloud, é provável que cada mudança afecte múltiplos fornecedores, stakeholders, acordos de serviços...
Se tiver o aconselhamento adequado, todas estas três necessidades são geríveis. Obviamente, quando decide mudar para a multi-cloud, uma das coisas que deve garantir é a segurança. Qualquer obstáculo a esse nível deve ser considerado, para que consiga manter a sua infra-estrutura e os seus dados seguros e, desse modo, proteger os seus clientes, o seu negócio e a sua marca. O seu risco técnico também estará sob o escrutínio dos órgãos sociais. Com os fornecedores cloud apropriados e o parceiro certo ao seu lado, poderá reforçar a sua conformidade com diversos padrões e fazer frente a potenciais ameaças.
É provável que o botão de pausa premido durante a pandemia em breve se solte. Se lhe parecer que a multi-cloud tem algo de importante para oferecer à sua organização, nunca houve momento mais oportuno - ou necessário - para planear os seus próximos passos.
(*) Directora de Marketing & Innovation Board na Fujitsu Portugal
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