A partir do próximo ano vai ser possível detetar a localização exata de quem telefona para o 112 com um telemóvel. A novidade está prevista no processo de manutenção e modernização dos centros operacionais do 112, com o concurso público lançado pelo Ministério da Administração Interna (MAI) a ser publicado hoje em Diário da República.
Como avança o Jornal de Notícias, em 2023, o atual sistema Cell ID, que transmite apenas a localização da antena de telecomunicações mais próxima, será substituído pelo sistema VoIP, permitindo às centrais receber a localização geográfica de quem telefona, de modo semelhante ao que já acontece com as chamadas para o 112 realizadas a partir da rede fixa.
Entre as tecnologias a introduzir no processo de modernização destacam-se ainda o suporte a mensagens em tempo real, imagens, vídeo, aplicações, redes sociais e IoT, além do processamento de coordenadas geográficas em 4G e 5G, da interoperabilidade com centros de emergência europeus e da criação de sites remotos concebidos para recuperar dados na eventualidade de o sistema principal se tornar inoperacional.
O concurso, que contará um prazo de 30 dias para a apresentação de propostas, tem um valor base de 11,5 milhões de euros: 4,5 milhões para investimento na modernização tecnológicas dos centros e 7 milhões para a manutenção do novo sistema até 2027.
Segundo a publicação, parte do financiamento está assegurado pelo Plano de Recuperação e Resiliência, com 5,5 milhões de euros destinados a infraestruturas críticas digitais eficientes, seguras e partilhadas. O restante valor será financiado, até 2027, pelos próximos Orçamentos de Estados.
Já em declarações à TSF, José Luís Carneiro, ministro da Administração Interna, destaca que “esta nova relação dos cidadãos com o número de emergência”, que permite localizá-los “com maior facilidade”, é “uma das prioridades”, assim como a “a garantia da interoperabilidade entre o número de emergência nacional e a rede de números de emergência europeus”.
O ministro da Administração Interna detalha que o concurso público tem em vista a preparação de uma “nova geração de tecnologia que vai preparar o 112 para funções relevantes”, garantindo uma relação mais eficaz entre os cidadãos e o número de emergência. A decisão apresenta-se também como uma forma de aproximar os cidadãos estrangeiros do número de emergência.
Além das mudanças ao serviço telefónico, a aplicação MAI112, que permite que pessoas surdas possam contactar serviços de emergência, vai também ser modernizada. De acordo com José Luís Carneiro, os cidadãos surdos “passam a ter também novas ferramentas tecnológicas para interagirem com o número”.
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