No final do ano passado o número de assinantes do serviço móvel, que efetivamente utilizaram esse serviço aumentou em 54 mil face ao período homólogo, uma evolução atribuída à maior adesão aos planos pós-pagos e híbridos, que cresceram 5,9% nos últimos 12 meses. Por sua vez, a utilização de planos pré-pagos caiu 9,9%. Calcula-se que 17,1% dos utilizadores de serviços móveis e 22,1% dos utilizadores de Internet móvel, no final do ano passado, utilizavam já a rede móvel 5G.

Os dados da Anacom mostram ainda que os portugueses falaram menos ao telemóvel em 2023. O tráfego de minutos caiu 4,4% na rede móvel, em comparação com os valores apurados para 2022. Em média cada utilizador falou 216 minutos por mês ao telemóvel (menos 13 que no ano passado), o correspondente a 7 minutos por dia. A duração média de cada chamada foi de 2 minutos e 55 segundos, menos seis segundos que no ano anterior.

Já o tráfego de acesso à Internet com banda larga móvel cresceu 39,2% face a 2022, quer pelo aumento do número de utilizadores, quer pela maior intensidade de utilização do serviço. O tráfego médio mensal por utilizador ativo de Internet móvel cresceu 30% no último ano, com cada consumidor a usar agora em média 10GB por mês. Já o tráfego médio mensal gerado por PC/tablet/pen/router chegou aos 33,5 GB.

O número de utilizadores de Internet móvel através de 5G, por sua vez, totalizou 2,3 milhões, resultando numa penetração de 22,1 por 100 habitantes. O tráfego associado a redes 5G terá representado cerca de 10,3% do total, atingindo os 5,4 GB mensais por utilizador de Internet móvel 5G.

No roaming, os portugueses fora do país também falaram menos ao telefone (5,2%) mas usaram mais a internet móvel (49,7%).

Os números da Anacom mostram ainda que a taxa de penetração dos acessos móveis ascendeu a 180 por 100 habitantes em 2023, um indicador que desceria para 129,5 considerando apenas os acessos com utilização efetiva (excluindo M2M) e para 122,6 por 100 habitantes, descontando também os acessos associados a serviços de dados e acesso à Internet (cartões associados a PC/tablet/pen/router). Verifica-se ainda que mais de metade dos acessos móveis 57,7 por 100 habitantes são comercializados em conjunto com serviços fixos.

O número de acessos móveis habilitados para utilizar serviços móveis fixou-se nos 18,8 milhões. Destes, 13,6 milhões foram efetivamente utilizados nos últimos três meses do ano. O valor inclui números usados para voz e dados. Excluindo os acessos afetos a PC/tablet/pen/router, o número de acessos móveis fixou-se nos 12,8 milhões.

No que se refere ao serviço móvel de acesso à internet, o ano fechou com 10,5 milhões de utilizadores, mais 6,3% que em 2022, representativo de uma taxa de penetração de 99,9 por 100 habitantes. Este crescimento está relacionado com o aumento quer do número de utilizadores de Internet no telemóvel (6,6%), quer do número de utilizadores do serviço de acesso à Internet através de PC/tablet/pen/router (2,3%).

Por operadores, a MEO continua a liderar o mercado com a maior quota de acessos móveis ativos com utilização efetiva (38,1%). Seguem-se a NOS (29,8%) e a Vodafone (28,3%). No que se refere às quotas de subscritores de acesso à Internet em banda móvel, a liderança é também da MEO (35,5%), seguida da NOS (32,7%) e da Vodafone (27,4%). A NOS conseguiu por outro lado a maior quota de mercado no que se refere à banda larga móvel (35,7%), seguindo-se a Vodafone (35,4%) e a MEO (28,1%).