Cada português consumiu em média 308 GB de internet por mês entre janeiro e março deste ano, mais de 14% que no mesmo trimestre do ano passado. Os números, que são da Anacom e se referem à utilização de serviços de banda larga sobre rede fixa, mostram que o tráfego total de Internet em banda larga fixa no período também aumentou, 17,3%, refletindo novos máximos históricos para os dois indicadores.
A esmagadora maioria das ligações em banda larga fixa (91%) gozavam de larguras de banda iguais ou superiores a 100 Mbps. Em julho do ano passado, o Eurostat já colocava Portugal como quarto país da União Europeia em proporção de acessos à banda larga fixa com débito igual ou superior a 100 Mbps.
O crescimento dos acessos banda larga ultrarrápida foi um reflexo do “desenvolvimento das redes de fibra ótica (FTTH/B) e da introdução do DOCSIS 3.x nas redes de modem cabo. Estes dois tipos de redes foram responsáveis por 72% e 27% dos acessos com pelo menos 100 Mbps, respetivamente”, como sublinha a Anacom.
Os dados do regulador das comunicações referem também que o número total de acessos de banda larga fixa aumentou em 126 mil (2,8%), entre o primeiro trimestre deste ano e igual período do ano passado, para 4,6 milhões. A fibra impulsionou a maior parte deste crescimento e representa já 66,8% do total de acessos, graças à adição de 193 mil acessos (6,7%) nos 12 meses anteriores. O cabo continua a perder terreno e já só representa 25,2% dos acessos de banda larga fixa e o ADSL suporta outros 2,5%, tendo diminuído a sua representatividade em 27,6%.
No final de março, a taxa de penetração dos clientes residenciais de banda larga fixa alcançou 91,5 por cada 100 famílias, menos 0,2 pontos percentuais do que no mesmo período no ano anterior, uma descida que fica a dever-se ao aumento da estimativa anual de agregados domésticos privados do Instituto Nacional de Estatística.
Este mercado é liderado pela MEO, com uma quota de 41,1%, e foi também a operadora que conseguiu angariar mais novos clientes no trimestre. Seguem-se a NOS (33,7%), a Vodafone (22%) e a NOWO (2,7%). Na comparação com o mesmo período do ano passado, as quotas da Vodafone e da MEO aumentaram ligeiramente (0,2 e 0,1 pontos percentuais), enquanto as quotas do Grupo NOS e da NOWO diminuíram, em percentagens muito idênticas. No que se refere especificamente às quotas de tráfego de banda larga fixa, a liderança também foi da MEO (43,1%), seguindo-se a NOS (29,7%) e a Vodafone (23,7%).
Recentemente a Anacom divulgou dados para o mercado móvel, também no primeiro trimestre do ano. Mostravam que o tráfego de acesso à Internet em banda larga móvel cresceu neste período em 34,2%, porque o número de utilizadores aumentou, mas também pelo aumento da intensidade de utilização do serviço. Por mês, cada utilizador deste serviço gastou em média 11 GB, no telemóvel. A partir do PC, ou de outros dispositivos que não o smartphone, mas em acesso móvel, gerou um tráfego médio de 32,1 GB. O primeiro valor traduz um crescimento de 25,3% do tráfego médio, o segundo um crescimento de 7,1%.
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