A flexibilidade do talento, qualidade da engenharia e a capacidade de inovação portuguesa são valências que a plataforma Portugal Agora quer usar para promover a “marca Portugal” e atrair mais investidores, mas também investigadores e estudantes, e transformar o país num Hub Digital na Europa.
“Nos últimos 4 a 5 anos em vez de ter só contact centers e serviços indiferenciados, temos centros de inovação como a Google, Siemens, Bosch, Mercedes, Altran ou Accenture a fixarem-se em Portugal”, explicou ao SAPO TEK Carlos Sezões, coordenador da Plataforma Portugal Agora. Este ThinkTank é uma plataforma de cidadania e tem uma visão muito prática, numa ligação entre a estratégia e ação, com eixos definidos na capacidade de tornar Portugal atrativo, desenvolver o conhecimento, promover o empreendedorismo e a resiliência.
“Somos um país pequeno, mas com uma grande rede de influências, e conseguimos criar valor”, defende o gestor que é partner da Stanton Chase International. A melhor forma de conjugar as valências positivas é apostar na perspetiva digital, sublinha Carlos Sezões, destacando o facto de sermos um país moderno, com desenvolvimento de empreendedorismo, recursos bem qualificados e talento.
“Queremos colocar Portugal como um Hub Digital, apostar no nearshoring”, afirma. “Temos capacidade de atrair mais e melhor, fazer da dimensão uma estratégia”, explica, referindo as organizações que já estão a localizar em Portugal centros de inovação.
Questionado sobre o facto de poder estar a colocar a fasquia muito alta, Carlos Sezões garante que “a aposta é ambiciosa, mas exequível”, e refere mesmo que em tempos de pandemia da COVID-19 a transformação digital acelerou, nas empresas e na sociedade em geral, com as pessoas a usar mais tecnologia e de forma mais sofisticada.
“Portugal tem de se posicionar face à concorrência com talento digital e evoluir positivamente”, avisa, sublinhando as vantagens da adaptação, multiculturalidade e a capacidade de atrair talento internacional para se fixar cá.
A estratégia para esta visão tem de ser integrada, apostando nos recursos humanos, na atração de investimento mas também na melhoria do ecossistema. Desburocratizar os investimentos, uma fiscalidade mais simpática, mais estabilidade fiscal e celeridade na justiça são alguns dos pontos realçados para este ambiente mais propício ao negócio.
Posicionar a marca a nível internacional
Comunicar bem o posicionamento a nível internacional é para Carlos Sezões um elemento chave. “Temos de comunicar a marca e os atributos. A identidade, experiência e benefícios”, refere, adiantando ainda que a comunicação tem de ser atrativa para os segmentos que se quer atrair: investidores, investigadores e estudantes.
Claro que isso não se faz de um dia para o outro, mas “é saber o que se quer e comunicar”, refere.
Seria melhor aposta na especialização numa área específica? Clusters sim, mas especialização num vertical único não. Carlos Sezões defende que este Hub Portugal Digital é o somatório de várias experiências e especializações que se criam e que “correm bem”.
A escala não é tudo, e a dimensão de Portugal já provou ser positiva para funcionar como “país teste para a tecnologia”, recorda.
O executivo recorre a dados da AICEP para referir que estão colocados em Portugal 130 centros de serviços, e que 3 ou 4 dezenas estão a produzir “tecnologia a sério”. “Podem ser muito mais”, afirma, dizendo que é preciso querer crescer, ter perspetiva e ter envolvimento de stakeholders, como a AICEP e as Universidades, num trabalho de equipa.
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