Bruxelas impôs uma multa pesada ao Grupo Altice por ter avançado com a compra da operadora portuguesa de telecomunicações, PT Portugal, antes que a notificação ou autorização da Comissão tenha sido confirmada.
Em Lisboa para uma parceria com a Universidade Católica, Patrick Drahi garantiu hoje que a Altice vai fazer tudo o que puder para não pagar os 124,5 milhões de euros, um valor que a CE justifica pela gravidade da infração e cujo objetivo é dissuadir outras empresas de violarem as regras da concorrência.
“Primeiro, não sei como a Comissão Europeia fez os cálculos para chegar a esse valor e, segundo, discordamos totalmente dessa decisão, por isso vamos para tribunal para recorrer da multa”, esclareceu o fundador da Altice aos jornalistas, à margem da inauguração do Center for Technological Innovation and Entrepreneurship, na Universidade Católica.
Patrick Drahi também se mostrou confiante de que a compra da TVI pela Altice irá acontecer, apesar do negócio de cerca de 440 milhões de euros estar a ser investigado desde fevereiro e precisar da luz verde da Autoridade da Concorrência (AdC).
“É algo que não depende de mim e nada altera a minha confiança” afirmou o franco-israelita, acrescentando que “o regulador tem todas as hipóteses em cima da mesa, por isso só nos resta esperar pela sua decisão”.
No final da semana passada, a Altice apresentou oito compromissos à Autoridade da Concorrência para assegurar que o regulador não coloca mais entraves à compra da Media Capital.
Algumas dessas propostas passam pela não exclusividade dos canais, pela criação de uma figura independente para controlar o cumprimento dos compromissos assumidos e pela autonomização dos negócios em empresas distintas. Os concorrentes afetados pelo negócio, entre eles a NOS, a Vodafone, a Impresa e a RTP, têm até dia 21 para comentar as propostas.
Em relação às 3 mil torres de telecomunicações que a Altice colocou à venda em Portugal e que deverá render dois mil milhões de euros à empresa, Patrick Drahi assumiu que é um negócio que “até pode não acontecer se não houver um bom preço”.
Quanto aos interessados na compra, o fundador da Altice foi parco em esclarecimentos, dizendo apenas que “são mais de 10” e que vêem o negócio como "um investimento imobiliário de longo prazo".
Questionado ainda se a venda do negócio do grupo em França é uma realidade como tem vindo a ser noticiada pelos jornais daquele país, Drahi respondeu que “não se deve acreditar em tudo o que se lê nos jornais”. “Comecei o meu negócio em França, não o estou a vender e não há qualquer hipótese de o vir a fazer”, esclareceu.
O fundador do grupo Altice esteve presente no lançamento do novo Centro de Inovação Tecnológica e Empreendedorismo da Católica-Lisbon, um projeto que recebeu financiamento da Fundação Patrick e Lina Drahi.
Nota da Redação: A notícia foi actualizada durante a conferência. Última atualização às 21h05
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