Durante a mais recente edição do Web Summit, Margrethe Vestager, a comissária europeia da concorrência, tinha já dado a conhecer que a Comissão Europeia iria reforçar o escrutínio às práticas das Big Tech. Depois da imprensa internacional noticiar duas investigações em curso à Google em janeiro deste ano, Margrethe Vestager confirmou que as práticas publicitárias da gigante de Mountain View voltam a estar na “mira” de Bruxelas.

Citada pela Bloomberg, a comissária, que discursava hoje num evento organizado pela EuroCommerce, indicou que o setor da tecnologia “é uma grande prioridade” para a Comissão Europeia devido à mudança de hábitos provocada pela pandemia.

“Vamos usar ao máximo todas as ferramentas que temos disponíveis para garantir que o mercado funciona de uma forma justa”, sublinhou Margrethe Vestager, mencionando também que, além da Google, a Comissão Europeia planeia aumentar o escrutínio às práticas da Apple, do Facebook e da Amazon.

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Em janeiro, os reguladores europeus da área de concorrência estavam já a recolher informações junto de anunciantes sobre a forma como a empresa norte-americana aplica a sua tecnologia na área da publicidade online, tendo enviado um questionário com 13 páginas de perguntas sobre o impacto das configurações que definem como opção obrigatória "Incluir Rede de Display do Google" que foi introduzida em 2018.

Os reguladores queriam também quer saber se os anunciantes recebem descontos quando usam intermediários da Google, que permitem comprar inventário de publicidade de muitas fontes. O questionário incluía ainda perguntas sobre se a capacidade de aceder ao YouTube estava ligada à seleção de um intermediário.

Recorde-se que, nos últimos anos, a Google tem vindo a enfrentar uma série de investigações por parte da Comissão Europeia relativamente às suas práticas de negócio, as quais são vistas como anticoncorrênciais, nas opções relativas ao Android e na publicidade online. Em apenas três anos, a empresa somou mais de 8,25 mil milhões de euros de multas.

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A maior das multas, com um valor de 4,34 mil milhões de euros, relacionou-se com a atuação da empresa no mercado dos sistemas operativos e pesquisas em equipamentos móveis. Já as limitações no sistema AdSense foram também alvo de uma sanção  de 1,49 mil milhões de euros.