Ao longo dos últimos anos, a Google tem vindo a enfrentar o escrutínio da Comissão Europeia. Agora, a gigante de Mountain View pode voltar a estar na “mira” de Bruxelas através de uma nova investigação às suas práticas.

Ao que tudo indica, a Comissão Europeia pretende investigar se a Google forçou as fabricantes de smartphones Android a usarem o Google Assistant como o assistente predefinido. Para já, a empresa tecnológica não veio a público para manifestar-se acerca da investigação.

Já a Comissão Europeia declinou fazer qualquer comentário relativamente à situação. Em declarações à Reuters, Bruxelas referencia apenas comentários feitos por Margrethe Vestager, vice-presidente da Comissão Europeia, numa conferência de imprensa a propósito da apresentação dos resultados preliminares de um relatório sobre empresas que vendem serviços e produtos IoT na União Europeia.

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O relatório aponta para a Google, Amazon e Apple como os “suspeitos do costume”. Várias das empresas questionadas no contexto do relatório mostraram ainda preocupação com as práticas de exclusividade relacionadas com os assistentes de voz e com práticas que limitam a possibilidade de usar diferentes assistentes de voz no mesmo dispositivo.

Recorde-se que, em junho, a Comissão Europeia anunciou que abriu uma investigação antitrust formal à Google para verificar se a empresa está a violar as regras da concorrência na União Europeia.

A investigação pretende analisar se a Google está a favorecer a sua tecnologia na área da publicidade online em detrimento dos restantes fornecedores de serviços de anúncios. A investigação de carácter prioritário vai examinar, em particular, se a empresa está “a distorcer a concorrência ao restringir o acesso de terceiros aos dados dos utilizadores para fins publicitários em websites e apps, enquanto reserva essa informação para uso próprio”.

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Não existe um prazo legal para concluir a investigação e, caso seja comprovado que as práticas da Google violam as regras europeias, a empresa poderá arriscar-se a uma multa por abuso de posição dominante.

Também no início de junho, a Google anunciou que ia passar a disponibilizar ainda mais opções de escolha de motores de pesquisa alternativos aos utilizadores de smartphones Android. A decisão de passar a disponibilizar mais opções de motores de busca além do Google foi inicialmente tomada pela empresa em 2019, depois da Comissão Europeia lhe ter aplicado três multas, com a última a ser passada em março desse ano.