No início de março, a Rússia decidiu bloquear o Facebook no país, em resposta às medidas tomadas pela empresa de Mark Zuckerberg de limitação no acesso aos canais RT e à agência Sputnik, assim como a meios de comunicação social controlados pelo governo russo. As restrições também se fizeram sentir em outras redes sociais, como o Twitter, que implementou medidas semelhantes de restrição a conteúdos controlados pelo Kremlin.

Agora, o Twitter tem uma nova solução que dará a quem vive na Rússia uma forma de contornar o bloqueio. A rede social passou a ter uma versão do seu website na rede anónima TOR (acrónimo de “The Onion Router”).

Como explica Alec Muffett, especialista de cibersegurança que ajudou no desenvolvimento da plataforma do Twitter na rede TOR, a decisão apresenta-se como uma de trazer mais “privacidade, integridade e confiança” para todas as pessoas um pouco por todo o mundo que usam o Twitter para comunicar.

A plataforma do Twitter na rede TOR toma por base uma versão modificada do Enterprise Onion Toolkit (EOTK). Os utilizadores que tiverem o browser do TOR Project, que passou a constar da lista de navegadores suportados pela rede social, poderão agora aceder ao site “.onion“ do Twitter.

Recorde-se que, além de bloquear o acesso a redes sociais como o Facebook e Twitter, recentemente, o governo de Vladimir Putin aprovou uma nova lei que tornou crime a publicação daquilo que considera ser “fake news” sobre a guerra na Ucrânia, algo que pode dar até 15 anos de prisão.

O website do Twitter na rede TOR pode ajudar quem vive na Rússia a aceder a informação que não é controlada pelo governo russo, assim como pessoas que vivem em outros países onde a liberdade de expressão é limitada.

Além do Twitter, o Facebook também tem a sua própria versão na rede anónima, assim como meios noticiosos como o The New York Times, a BBC, a Deutsche Welle, ou a Radio Free Europe, como relembra Alec Muffett através de um repositório no Github.