Depois da interferência de hackers russos que recolheram informações dos sistemas eleitorais americanos durante a campanha para as eleições presidenciais de 2016, o governo dos Estados Unidos está a planear o lançamento de um programa de proteção das bases de dados e sistemas de registo de eleitores para prevenir ciberataques, indica a Reuters.

A Agência de Segurança de Infraestruturas e Cibersegurança (CISA) do Departamento de Segurança Interna do país teme que as próximas eleições presidenciais em 2020 sejam não só alvo de tentativas de destruição de informação eleitoral, mas também de ataques de ransomware, o mesmo tipo de virus que recentemente atacou 23 cidades norte-americanas em simultâneo.

Se um ataque de ransomware tem graves consequências fora do contexto de uma eleição, especialistas indicam à Reuters que, caso aconteça uma ameaça deste tipo em Novembro de 2020, os resultados podem ser desastrosos, em especial, porque as bases de dados e sistemas de registo no país são particularmente suscetíveis a este tipo de ameaças. Uma situação deste género poderia gerar o caos e confusão não só nas listas eleitorais e locais de voto até pôr em causa toda a legitimidade da eleição.

O plano desenvolvido pela CISA passa por preparar oficiais eleitorais estatais para o pior cenário possível, disponibilizando, para tal, materiais educacionais e testes de segurança aos computadores, assim como uma lista de recomendações acerca da prevenção e recuperação de ataques de ransomware. Contudo, de acordo com as informações obtidas pela Reuters, o programa de proteção não indica se um Estado deve, ou não, pagar o “resgate”, caso um dos seus sistemas seja afetado.

A 14 meses das próximas eleições presidenciais americanas, apenas o tempo dirá se as medidas levadas a cabo pela CISA foram suficientemente sólidas para prevenir a interferência de ciberataques.