Quatro das maiores plataformas da Internet, o Facebook, a Google, o TikTok e o Twitter, comprometeram-se hoje em tomar uma série de medidas para combater a “pandemia de abusos online" contra mulheres e raparigas.
Os compromissos vão ser formalmente anunciados esta tarde durante o Fórum de Igualdade de Geração das Nações Unidas, em Paris, após uma iniciativa liderada pela Web Foundation, reunindo especialistas de empresas de tecnologia, governo, sociedade civil e mulheres vítimas de intimidação na Internet de 35 países.
A ativista moçambicana Graça Machel é uma das centenas de mulheres signatárias de uma carta exortando os responsáveis destas empresas a concretizar as promessas feitas, juntamente com as atrizes Emma Watson, Ashley Judd e Thandiwe Newton, as políticas Michelle Bachelet e Mary Robinson, a cantora Annie Lenox e a antiga tenista Billie Jean King, entre outras.
Na carta, condenam esta "pandemia de abusos online contra mulheres e raparigas” que consideram "uma das maiores barreiras à igualdade de género”, discriminando sobretudo mulheres não brancas ou da comunidade LGBTQ+.
"A escala do problema é enorme: 38% das mulheres em todo o mundo já sofreram diretamente assédios online. Esse número sobe para 45% para as gerações Z e Y” [nascidas desde os anos 1981 e 2012], afirmam, alertando para “consequências devastadoras".
Como prioridades, identificam a necessidade de dar maior controlo aos utilizadores das plataformas sobre quem pode interagir com eles nas redes sociais e melhores sistemas para a denúncia de práticas de assédio.
Para a diretora de questões políticas da Web Foundation, Azmina Dhrodia, muitas mulheres são "perseguidas, atacadas e, posteriormente, silenciadas” na Internet, mas, juntas, Facebook, Google, TikTok e Twitter podem "melhorar as experiências online de centenas de milhões de mulheres e meninas”.
A organização não-governamental Web Foundation foi fundada pelo chamado “inventor” da Internet, o cientista britânico Tim Berners Lee.
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