“Estes 2 meses fizeram mais pela digitalização do comportamento de compras dos utilizadores do que muitas campanhas”, afirmou hoje José Correia, diretor geral da HP Portugal durante uma conferência de imprensa online onde fez o balanço do posicionamento da empresa e da resposta que foi dada durante a pandemia de COVID-19, partilhando números e estratégia.
O primeiro pico de procura na área empresarial aconteceu logo nas primeiras semanas depois do início do Estado de Emergência, que entrou em vigor a 16 de março, mas no início de abril essa procura foi mais forte no consumo, devido à telescola, com a procura a disparar nas semanas 15 e 16 como mostram os dados da GfK citados na conferência.
“As empresas não estavam 100% preparadas para levar as equipas para casa […] em muitas empresas os empregados tiveram de levar os desktops consigo”, explicou José Correia, lembrando que também a nível particular as famílias perceberam que não podiam ter só um computador para 3 ou 4 pessoas, com toda a gente em teletrabalho e em telescola, e foi necessário adquirir novos computadores ou renovar o equipamento. Isso aconteceu também a nível da capacidade de largura de banda da internet, que teve de ser reforçada para suportar o aumento de videoconferências em simultâneo, afirma.
A nível da segurança o diretor geral da HP Portugal destaca também a necessidade de reforço. “Os profissionais deixaram de estar protegidos pelos sistemas de segurança das empresas, e valeu a resiliência dos computadores profissionais”, uma área onde a HP já aposta há alguns anos com várias funcionalidades que está a introduzir também no consumo. “Fizemos workshops de segurança com clientes mas também com consumidores […] muitos nem a password do router tinham mudado, um exemplo da fragilidade de segurança que encontramos em muitas casas”, refere.
A HP teve também de adaptar o seu negócio para responder a este pico de procura e a uma mudança para a compra online e os promotores da empresa em loja passaram a ser promotores digitais, falando com os clientes em chat e dando a ajuda necessária.
Também na área de impressão a procura cresceu significativamente e muitos utilizadores tiveram de “ir buscar as impressoras à prateleira” para responder às necessidades de impressão neste período, em teletrabalho e telescola.
Segundo os números da GfK a procura de impressoras chegou a crescer mais de 400% e José Correia afirma que uma em cada duas impressoras adquiridas é HP.
Paulo Matos, responsável por este segmento em Portugal, indica ainda que o serviço de impressão HP Instant Ink cresceu significativamente e registaram-se picos de subscrição de mil novas adesões numa semana.
E quais são as expectativas até final do ano? Em resposta ao SAPO TEK, José Correia lembra que apesar da tecnologia ter estado em situação de pico de venda nos últimos meses, há "ainda grande incerteza de como vai ser o final do ano", até porque há muitos projetos de grande e média dimensão cuja decisão foi atrasa e que vão ter uma velocidade de execução baixa, refere.
A HP Portugal encerra o trimestre fiscal em junho e este período já foi impactado pela pandemia, por isso José Correia mostra-se cauteloso, indicando que há ainda cenários que estão a ser avaliados, com uma incerteza que se estende até final do ano. "Temos planos de contingência para os vários cenários", afirma.
O diretor geral sublinha ainda a tendência do modelo "as a service" que já está a aplicar nas impressoras, onde tem um mercaso significativo com "milhares de equipamentos em dezenas de contratos" que são uma boa solução para maior flexibilidade de contratualização e gestão da quantidades de equipamentos. "Não vemos porque o 'as a service' não tenha caminho para avançar na área de PCs, faz parte da estratégia da HP", sublinha, lembrando que a empresa tem experiência na impressão e consegue apresentar uma proposta onde conjuga a oferta de computação, em workstations e computadores pessoais" e impressão.
Já no consumo a solução não é tão simples, tendo em consideração o custo de equipamentos, tipo de serviço associado, a dispersão que acaba por existir nesta situação. "Não é algo que na área de PC esteja de imediato em cima da mesa", admite.
A HP aproveitou para mostrar vários novos equipamentos na área de impressão, computadores portáteis, all in one e gaming, a maioria dos quais chegam ao mercado ainda em junho.
Nota da Redação: A notícia foi atualizada durante a conferência. Última atualização 12h40
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