A Nvidia e a AMD aceitaram um acordo com o governo americano, no qual se comprometem a entregar 15% das vendas dos seus chips mais avançados à China. No caso da Nvidia, o acordo aplica-se às vendas do H20. No caso da AMD envolve principalmente as vendas do MI308.A notícia foi avançada por diferentes jornais citando fontes próximas ao processo e entretanto foi já confirmada por fontes do governo federal, como indica a Reuters.

Já se sabia que o Departamento do Comércio ia emitir licenças especiais para autorizar a venda dos chips que tinham sido bloqueados pelos controlos americanos à exportação de tecnologia para a China. Segundo o Financial Times essas licenças já estão a ser emitidas, avançou o diário na passada sexta-feira.O que não se sabia é que a autorização estaria condicionada a uma divisão de receitas com o governo liderado por Donald Trump, uma decisão que já está a levantar críticas. Afinal, a justificação para a proibição assentava numa alegada ameaça à segurança nacional, se os chineses tivessem acesso sem controlo a estas tecnologias.

As contas do “negócio” já vão sendo feitas, com um relatório da Bernstein Research a calcular que o Governo federal pode encaixar mais de 2 mil milhões de dólares com o acordo este ano. O mesmo exercício estima que as vendas do H20 da Nvidia rendam 15 mil milhões de dólares este ano na China e as vendas de chips avançados da AMD 800 milhões.

Os números oficiais mostram que no seu último ano fiscal a Nvidia teve vendas totais na China de 17 mil milhões de dólares, 13% das suas vendas totais. Já no caso da AMD, quase um quarto das vendas realizadas no ano passado (24%) foram feitas na China, o equivalente a 6,2 mil milhões de dólares. Os números mostram a importância do mercado chinês para a boa saúde financeira das empresas americanas.

A AMD ainda não reagiu às notícias. A Nvidia tem sido crítica da política americana nesta área, considerando que as restrições penalizam a capacidade de competir do país numa área tão determinante como a da inteligência artificial - onde os chips em questão são usados.

Na sequência das informações que vieram a público, a tecnológica explicou que segue “as regras que o governo dos EUA estabelece para a nossa participação nos mercados mundiais”. Acrescentou ainda que embora não tenhamos enviado H20 para a China há meses, esperamos que as regras de controlo de exportação permitam que os EUA concorram na China e no mundo todo”.