A crise de abastecimento de chips de baixo custo produzidos pela Holandesa Nexperia, a pior desde o COVID, está prestes a terminar. A escassez, que resultou de uma disputa política entre o Governo dos Países Baixos e o Governo Chinês, levou a paragens de produção em todo o mundo.
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Segundo fontes avançadas pela agência Reuters, e confirmadas pelo Ministério do Comércio da China, Pequim está disposta a flexibilizar a proibição de exportação, tendo o mesmo declarado que irá “analisar de forma abrangente a real situação da empresa e isentar as exportações elegíveis”, reconhecendo a importância de manter a segurança e a estabilidade das cadeias de abastecimento globais.
Toda esta crise teve início em meados de outubro, quando o Governo dos Países Baixos assumiu o controlo da Nexperia, um fabricante de semicondutores, como forma de garantir o abastecimento de chips essenciais à indústria automóvel e de eletrónica de consumo.
Esta medida foi criada invocando uma lei de segurança nacional, para evitar uma potencial transferência de tecnologia sensível para Pequim. Como forma de retaliação, o Governo Chinês alegou descriminação na medida, tendo suspendido as exportações dos chips da Nexperia, dos quais 70% saem de fábricas chinesas.
A Nexperia fornece cerca de 60% dos seus produtos à indústria automóvel, onde os seus chips são usados em funções básicas como a iluminação, sistemas de direção e outros componentes críticos. A falta de apenas um destes semicondutores é suficiente para paralisar uma linha de produção inteira.
A escassez teve efeitos imediatos e graves na indústria europeia, e Portugal não escapou à crise. Segundo avançou o Jornal de Negócios, a fábrica da Bosch em Braga viu-se obrigada a avançar com um lay-off para 2.500 trabalhadores, até abril, como consequência direta da falta de componentes da Nexperia.
Também a Autoeuropa e a fábrica da Stellantis em Mangualde comentaram esta crise dos chips e, embora tivessem garantido a produção a curto prazo, os trabalhadores da Autoeuropa alertaram para a grande preocupação, indicando que este problema "poderá levar a paragens de produção que colocam em causa a estabilidade de emprego".
A nível internacional, fabricantes como a Honda chegaram a suspender a produção em algumas unidades, e a Associação Europeia da Indústria Automóvel alertou que a paragem de linhas de montagem estava a poucos dias de distância. O próprio CFO da Volkswagen defendeu que a solução para o problema era "política", e não industrial.
A Nexperia e o Governo holandês já manifestaram satisfação com a notícia, indicando que continuam em negociações para uma “solução construtiva”. Já a Casa Branca, que contribuiu para a criação desta crise, não quis comentar a notícia da Reuters, mas revela que tem estado a trabalhar num acordo comercial com Pequim, que inclui a situação da Nexperia.
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