A Microsoft declarou que está na corrida para alcançar a superinteligência. Formou uma nova equipa e vai acelerar a investigação e desenvolvimento para marcar posição na evolução da tecnologia.

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A empresa tem vindo a apostar fortemente na Inteligência Artificial em parceria com a OpenAI, mas não sóm e a Microsoft já mostrou que está a olhar para outras possibilidades. Recentemente anunciou um investimento no datacenter da Start Campus em Sines, para um cluster com 200 mil GPUs que vale dez mil milhões de dólares, como confirmou ontem Brad Smith, presidente da Microsoft corporation, no palco do Web Summit.

A superinteligência descreve uma fase posterior à da Inteligência Artificial Geral, que ainda recentemente era a grande meta dos avanços em torno da tecnologia. A AGI é alcançada no momento em que a IA consegue desempenhar tarefas tão bem como um humano. A superinteligência, para onde já estão a olhar as empresas que mais investem em IA, é o termo que traduz o momento seguinte quando a IA conseguir superar os humanos.

A empresa criou a Equipa de Superinteligência MAI, que é liderada por Mustafa Suleyman, o homem que já estava à frente do grupo de IA da Microsoft e que numa publicação online explicou melhor a visão da tecnológica.

“Se a AGI é frequentemente vista como o ponto em que uma IA pode igualar o desempenho humano em todas as tarefas, então a superinteligência é quando ela pode ir muito além desse desempenho.”

Todos os avanços da IA que procuram levar a tecnologia além das capacidades humanas são polémicos. A Microsoft explica que está interessada em trabalhar nesta área para alcançar uma “superinteligência humanista”, à procura de avanços que possam beneficiar áreas como a saúde e a energia limpa, ou para criar assistentes pessoais de IA mais evoluídos. Os desenvolvimentos vão estar orientados para o benefício das pessoas e não apenas para alcançar marcos tecnológicos.

Como descreve Mustafa Suleyman no blog da Microsoft AI, a superinteligência humanista refere-se a “capacidades de IA incrivelmente avançadas que trabalham sempre a favor das pessoas e da humanidade em geral”. “Pensamos nisso como sistemas orientados para problemas e voltados para domínios específicos. Não uma entidade ilimitada e sem restrições, com altos graus de autonomia, mas uma IA cuidadosamente calibrada, contextualizada e dentro de limites”, acrescentou.

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A Bloomberg sublinha que o anúncio da Microsoft surge depois da renegociação do acordo entre a empresa e a OpenAI. No primeiro acordo, que deu acesso privilegiado à Microsoft sobre as ferramentas e tecnologias da OpenAI, a tecnológica também tinha restrições. Alegadamente não podia desenvolver ela própria ferramentas avançadas de IA, algo que a renegociação do acordo alterou.

Sem essa condicionante, a Microsoft poderá acelerar e aprofundar os desenvolvimentos próprios em torno da IA e já está a fazê-lo. Isso mesmo já tinha ficado patente em anúncios recentes da empresa, que mostrou os primeiros modelos de linguagem desenvolvidos “em casa” no passado mês de agosto.

Mas enquanto acelera o passo para desenvolvimentos mais significativos na IA, a empresa faz questão de se excluir da corrida para a AGI: “Rejeitamos narrativas sobre uma corrida para a AGI. Em vez disso, vemos este trabalho como parte de um esforço mais amplo e profundamente humano para melhorar as nossas vidas e perspetivas futuras”.

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