A IDC voltou a rever em baixa as previsões de vendas para este ano no mercado de computadores e tablets. As novas estimativas da consultora indicam que as vendas de PCs vão cair 12,8%, para 305,3 milhões de unidades, e as vendas de tablets 6,8% para 156,8 milhões.
A justificar mais esta revisão em baixa voltam a estar a inflação, o abrandamento da economia a nível global e o abrandamento do consumo face aos anos da pandemia, fatores que devem também influenciar o mercado em 2023.
Como explica a IDC, no próximo ano o mercado de consumo continuará morno na procura e mercados que nos últimos anos dinamizaram em muito a procura de equipamentos, como a educação, têm a maior parte das necessidades já satisfeitas. Nas empresas, o clima de incerteza económica está igualmente a retrair a procura, o que também continuará a influenciar o volume de expedições de equipamentos para as lojas.
Por causa desta combinação de fatores, a IDC prevê também uma descida nas vendas de PCs e tablets em 2023, na ordem dos 2,6%. A consultora acredita que, em 2024, o mercado vai retomar a tendência de crescimento, sublinhando ainda assim que, mesmo em contração, o mercado continua a apresentar níveis de procura superiores àqueles que se verificavam antes da pandemia.
De qualquer forma, o pessimismo em relação à economia vai condicionar a procura de equipamentos informáticos nos próximos seis trimestres e não se antecipa que o próximo ciclo de renovação de equipamentos consiga superar os números de vendas registados durante a pandemia.
Para lá dos anos seguintes mais imediatos, "a procura a longo prazo será impulsionada por uma lenta recuperação económica, combinada com uma atualização do hardware nas empresas, com suporte para o Windows 10 próximo do fim”, como destaca Jitesh Ubrandi, responsável de pesquisa da IDC para esta área. “Espera-se também que a educação e o trabalho híbrido se assumam como bases sólidas para um crescimento adicional de volumes”, acrescenta o responsável.
Recorde-se que a IDC já teve duas previsões distintas para as vendas de PCs este ano. A última, apresentada em junho, antecipava uma queda de 8,2% nas vendas, para 321,2 milhões de unidades. Nos tablets, a queda seria de 6,2%, para um total de 158 milhões de unidades enviadas para as lojas, a refletir o impacto da inflação, da guerra, dos confinamentos na China e ainda da escassez de componentes. Nesta altura, a empresa ainda acreditava que a recuperação chegaria em 2023 e que as vendas sairiam nesse ano de terreno negativo.
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