Um estudo publicado esta quarta-feira pela Comissão Europeia indica que a maioria dos europeus olha com alguma reticência para a automação de atividades como a condução e as cirurgias. Por outro lado, a expansão das tecnologias digitais é bem acolhida.
Num inquérito do Eurobarómetro, ao qual responderam 27.901 pessoas residentes nos 28 Estados da União Europeia, 75% considerou que as tecnologias digitais mais recentes beneficiam a sua vida. 67% respondeu que melhoraram a sua vida e 65% concorda que tiveram um impacto positivo na sociedade.
Dos portugueses que participaram no estudo, 72% disse que estas tecnologias tiveram um impacto positivo ou muito positivo na sua qualidade de vida.
A tendência de resposta muda quando as perguntas são aplicadas à influência da tecnologia nos seus trabalhos. 72% concordou que os robots são uma ameaça ao seu emprego e 74% antevê que há vários postos de trabalho que se vão perder, irreversivelmente, para as máquinas. Neste campo, Portugal é mesmo o país onde esta última ideia tem mais peso. Dos inquiridos portugueses, 93% concordou que os robots roubam empregos e 84% diz acreditar que vários deles acabem por desaparecer para sempre assim que caírem "nas mãos" das máquinas e das inteligências artificiais.
Por outro lado, mais de 80% dos europeus nunca usou um robot no trabalho. Aliás, só 35% é que confessou sentir-se confortável com a ideia. Em 2014, aquando da colocação desta mesma pergunta, a percentagem de pessoas que respondeu estar à vontade com a interação com robots no trabalho, chegava aos 47%.
Face à possibilidade de "ser sujeito a uma intervenção médica feita por um robot", apenas 26% dos inquiridos mostrou disponibilidade para tal. E a percentagem desce quando a questão remete para as tecnologias de condução autónoma. Mostra o Eurobarómetro que apenas 22% admite estar confortável com o cenário de viajar dentro de um carro guiado por um sistema informático.
Em Portugal, as respostas demonstraram mais recetividade a estas soluções: 29% disse não se importar com "uma intervenção médica" feita por um robot e 40% está disposto a ser conduzido por tecnologias de piloto automático.
Quanto à internet, uma maioria de 69% dos cidadãos afirma que um acesso mais rápido e fiável seria decisivo para aumentar o uso de tecnologias digitais; 63% disse que era preciso dar-lhes mais credibilidade; e 57% gostaria de ver mais serviços públicos disponíveis online, como refere a agência Lusa.
Por fim, o inquérito revela que 71% dos cidadãos da UE se sente capacitado para usar tecnologias digitais no seu quotidiano, ao passo que apenas 65% se sente habilitado a utilizar serviços online.
As questões foram feitas através de entrevistas presenciais no passado mês de março. Como referido, participaram 27.901 pessoas dos 28 países que integram a União Europeia.
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