As vendas de computadores e tablets devem atingir este ano 403,5 milhões de unidades, mais 3,8% que no ano passado, segundo as últimas previsões da IDC. Como já revelaram os dados do terceiro trimestre, a expectativa de que a chegada ao mercado de computadores com capacidade para processar localmente tarefas de inteligência artificial faria disparar vendas, não se confirmou.

A inovação continua a dar perspetivas de vir a ser um forte driver de crescimento, mas a folga orçamental das empresas, que é onde este tipo de máquinas terá mais vantagens, não parece suficiente para investimentos que ainda não conseguem evidenciar de forma clara a relação custo/benefício.

Se o mercado vai crescer, reconhece a IDC, será principalmente por causa das vendas de tablets, que devem avançar 9,8%. As vendas de computadores também vão terminar o ano em terreno positivo, mas apenas na ordem dos 0,8% e em grande medida por causa de estar a aproximar-se o fim do período de suporte do Windows 10.

IDC - vendas tablets e PCs em 2024
IDC - vendas tablets e PCs em 2024 créditos: IDC

No próximo ano, a migração para o Windows 11 tende a ganhar ainda mais relevância nas vendas de computadores, empurrando o mercado para um crescimento de 4,3%, acredita a IDC. As vendas no segmento empresarial, por causa deste período de renovação, devem crescer 5,1%.

A consultora sublinha que, em relação à promessa de impacto da chegada dos computadores com IA ao mercado, a “bola” está agora do lado das empresas de software, que terão de provar com casos de uso, o valor destes investimentos para as organizações.

IDC - vendas tablets e PCs em 2024
IDC - vendas tablets e PCs em 2024 créditos: IDC

“Parece haver uma grande desconexão entre a oferta e a procura, já que os fabricantes estão a preparar-se para que os PCs e tablets com IA sejam a próxima grande tendência, mas a falta de casos de uso claros e o aumento nos preços médios de venda fazem questionar a sua utilidade”, sublinha Jitesh Ubrani, responsável de pesquisa do IDC Worldwide Mobile Device Trackers. “Cabe agora à Microsoft, à Apple e à Google provar a necessidade de IA processada localmente”, acrescenta a responsável.