No início de março, o foguetão Ariane 6 da Agência Espacial Europeia completou a primeira missão comercial, abrindo portas ao regresso da Europa à corrida espacial. O foguetão voltou a completar a missão de colocar em órbita o satélite meteorológico MetOp-SG-A1, o primeiro MetOp de segunda geração. A missão foi lançada a partir do porto espacial na Guiana Francesa às 1:37 (hora de Lisboa) desta madrugada. 

Segundo a ESA, o satélite hospeda a missão Copernicus Sentinel-5 e trata-se do primeiro numa série de três pares sucessivos de satélites previstos. A sua missão é garantir a continuidade das observações globais a partir da órbita polar, mantendo o objetivo de fazer previsões meteorológicas e análise do clima, tal como tem feito nos últimos 20 anos. 

Veja o vídeo do lançamento:

O satélite tem também o objetivo de melhorar a precisão e resolução das imagens quando comparado à missão original MetOp. O satélite conta com novas capacidades de medições, para garantir a expansão do alcance científico. O novo satélite meteorológico conta com a missão Copernicus Sentinel-5 para oferecer dados globais diários sobre os elementos poluentes do ar, assim como traços de gases atmosféricos, tais como aerossóis e radiação ultravioleta. 

Veja na galeria imagens da missão:

Entre os seis instrumentos que estão no satélite, está também presente a sonda infravermelha IASI-NG, que promete ser duas vezes mais preciso que a versão anterior. A sonda vai medir os perfis da temperatura, assim como o vapor da água da atmosfera, assim como a temperatura dos oceanos e continentes. Este analisa as 16 variáveis necessárias para acompanhar os fenómenos climáticos, como os gases de efeito estufa, poeiras do deserto e a cobertura de nuvens. 

Foguetão Ariane 6 seguiu finalmente viagem. Europa está de regresso à “corrida espacial”
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Nesta segunda missão (a terceira se for considerado o primeiro voo de teste), o foguetão Ariane 6 voltou a demonstrar a eficácia de um lançamento pesado, levando a bordo um satélite com pouco mais de quatro toneladas. Este é um elemento-chave nos esforços da ESA em garantir o acesso autónomo ao espaço, para servir os cidadãos europeus. De destacar ainda que o foguetão tem diferentes configurações, composto por três partes: dois ou quatro propulsores, um estágio principal e o superior. Para esta missão, a ESA diz que o foguetão utilizou a configuração com dois propulsores. 

Veja o vídeo da simulação da abertura dos painéis solares do satélite:

O foguetão é modular e versátil. O seu estágio superior pode reacender várias vezes durante um único voo, colocando qualquer nave espacial em qualquer órbita - incluindo constelações -, da mesma forma que poupa um impulso final para regressar e queimar na atmosfera da Terra.