O mercado dos smartphones dobráveis está ao rubro, com as diferentes fabricantes a lançar novas gerações dos seus modelos topo de gama. A tendência é torná-los cada vez mais finos, mas ao mesmo tempo resistentes, tanto a nível do ecrã como as dobradiças. As marcas desafiam a testes extremos no peso suportado pelas suas dobras, procurando desmistificar a “fragilidade” dos equipamentos. E isso ficou patente no novo modelo da Honor, o Magic V5, durante a sua apresentação em Londres, onde o equipamento estava exposto a suportar uma cabine telefónica pública. Mesmo que esta não tivesse o peso real, isso não impediu o smartphone entrar para o livro de recordes do Guinness por aguentar mais de 100 quilos suspenso. 

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O certo é que o smartphone é realmente surpreendente, mesmo que seja apenas 1 mm mais fino em relação ao rival Galaxy Z Fold7 da Samsung. Ou seja, 8,8 mm quando fechado e 4,1 mm quando aberto. Não sabemos qual a capacidade das fabricantes continuarem a diminuir a espessura dos smartphones dobráveis, mas já chegou ao ponto em que fechados são equivalentes aos modelos tradicionais. E isso só joga a seu favor, pois a possibilidade de ter um ecrã aberto semelhante à experiência de utilização de um tablet é muito aliciante, seja para trabalhos de produtividade que requerem multitasking, para jogar e outras formas de entretenimento, como ver filmes e séries. 

Dobrável, mas com classe

Um ponto a salientar é o design estético do equipamento, que invoca o glamour dos tons dourados. A lombada com texturas em forma de diamante confere um toque de luxo muito apelativo. Não são apenas os pequenos detalhes estéticos, mas toda a forma que se destaca pelos seus cantos arredondados, e, ao mesmo tempo, pelas flinhas direitas e simplistas, sem exageros. É o compromisso assumido entre um equipamento com um design premium, ao mesmo tempo que não perde características de robustez, levando-nos a perder o “medo” gradual de o deixar cair ou fazer um uso menos cuidado do equipamento. 

Veja na galeria imagens do smartphone

Se o smartphone oferece mais resistência a riscos e uma proteção adicional no mecanismo de dobra, uma capa acompanha o equipamento, protegendo a parte traseira e o módulo fotográfico. A capa mantém o design do smartphone, num degradê dourado entre mais claro e escuro, salientando um anel em torno do módulo que pode ser levantado para servir de base para equilibrá-lo numa mesa, como uma moldura. 

A Honor teve de proceder a um design e engenharia para que o smartphone se mantivesse ultrafino, sem descurar das suas capacidades de hardware, sobretudo ao nível da bateria. O smartphone ganhou mais autonomia, mesmo mantendo o seu formato fino. O modelo tem uma bateria com uma capacidade de 5.820 mAh, considerando ainda assim impressionante quando na versão chinesa este chega aos 6.100 mAh. A fabricante não justificou a diferença entre as regiões, mas ainda assim é superior a muitos modelos convencionais. 

Honor Magic V5 - Fotos do smartphone
Honor Magic V5 - Fotos do smartphone

Ainda no que diz respeito ao hardware, o equipamento é "alimentado" por um processador Snapdragon 8 Elite da Qualcomm. Tem 16 GB de RAM e 512 GB de armazenamento interno. 

Ecrãs generosos para diferentes utilizações

Num dobrável, a característica principal a avaliar é obviamente o seu ecrã. É o formato que procura a justificação para um preço de 2.000 euros, aliado obviamente ao design fino e hardware. Neste caso, quando aberto, o ecrã OLED tem 7,95 polegadas, um autêntico mini tablet, ainda assim não muito diferente das propostas das suas marcas rivais. Aberto, é muito difícil ignorar a saliência do vinco ao meio quando se passa o dedo, notam-se mais em fundos brancos. Mas não compromete a experiência de utilização durante o seu manuseamento, tanto a nível de toque, como na visualização dos conteúdos. É algo que está ali, porque sabemos que está, mas quando não nos lembramos, passa despercebido. 

Já o ecrã externo tem 6,43 polegadas, uma área muito generosa, semelhante a qualquer outro smartphone convencional, destacando-se a sua moldura muito fina. Quando fechado, este modelo parece em tudo um equipamento normal e durante o teste, coloquei-o nas mãos de diferentes pessoas, a maioria apenas detectando que era um dobrável quando pedi para o abrir ao meio. Isto quer dizer que podemos fazer um uso diário perfeitamente normal, mas quando precisamos de maior área para trabalhar ou assistir a conteúdos, podemos ampliar esse ecrã. 

Veja na galeria imagens oficiais

Ambos os ecrãs são bastante brilhantes e coloridos, respondendo muito bem ao toque, como se esperaria de um topo de gama. O ecrã tem no geral, um pico de brilho de 5.000 nits em HDR, sendo que o ecrã interior conta com 1.300 nits e o exterior com 1.800 nits. 

Quando fechado, a Honor pretendeu oferecer uma experiência plena, dando acesso a todas as funcionalidades Android. E quando abre o ecrã, tudo se transforma para o formato e dimensões. Por exemplo, quando escreve uma mensagem ou faz uma pesquisa, o teclado divide-se em duas partes, uma para cada lado do ecrã, tornando-se mais confortável e prático de escrever. Para provar isso, parte do texto desta análise foi escrita diretamente do ecrã aberto, demonstrando uma grande capacidade de produtividade. 

Câmaras alimentadas por inteligência artificial

O seu módulo fotográfico traseiro, em forma octogonal, continua a ser a imagem de marca da série, albergando um triplete de câmaras de elevada capacidade, "alimentado" pelo sistema AI Falcon. O seu sensor principal tem 50 MP, sendo acompanhado por uma lente telefoto telescópica de 64 MP e uma grande angular de 50 MP. É uma composição poderosa em que se nota qualidade na prática. 

Veja o vídeo

Em destaque estão as cores vivas e vibrantes quando se capta no exterior, durante o dia, faltando-lhe alguma estabilidade de imagem para objetos em movimento, que ficaram um pouco desfocados. No interior também não há motivos de queixa, sobretudo na separação de cores em ambientes com diferentes focos de luz. O zoom é eficaz, mantendo a qualidade dos sujeitos. 

Veja na galeria imagens captadas com o smartphone

As câmaras são potenciadas por inteligência artificial, com o motor de imagem AI Honor, compensando a qualidade, os contrastes, adicionando cores mais vívidas, mas pelo que se percebe, sem exageros. E isto nos modos automáticos, porque a aplicação da câmara dá mais controlo no formato Pro, para os utilizadores que desejam mexer em parâmetros como o balanceamento dos brancos, o ISO, exposição e foco.

O smartphone tem diversas funcionalidades de inteligência artificial que ajudam a dar retoques nas imagens, como já começa a ser habitual nos equipamentos topo de gama. A capacidade de apagar objetos indesejados, mas sobretudo as correções de exposição, das imagens captadas em locais menos iluminados, são alguns exemplos de melhorias das imagens. O mesmo para os vídeos, cristalinos, coloridos e nítidos durante a experiência com o smartphone. 

Honor Magic V5 - Fotos
Honor Magic V5 - Fotos

Outra funcionalidade experimentada foi o sistema Multi-flex para tarefas multitasking, permitindo abrir até três janelas de aplicações distintas, tal como ligar o YouTube enquanto se escreve ou se participa numa videoconferência. Para tal, basta arrastar a aplicação pretendida para uma extremidade do ecrã e depois selecionar outra para o dividir. Uma funcionalidade de ecrã dividido que também começa a ser normal neste tipo de equipamentos.

Para quem procura um smartphone dobrável, o modelo da Honor tem diversas funcionalidades a ter em conta. É um equipamento de gama de luxo, mas que procura responder a diversas preocupações como a resistência considerando a sua espessura. A autonomia e capacidade de processamento, as excelentes câmaras e as funções de inteligência artificial. Tudo isso é considerado num smartphone que chega ao mercado por 2.000 euros.