
Foi no coração de Nova Iorque, no SoHo, que a IE University decidiu abrir a sua primeira universidade internacional, acelerando uma visão de globalização que a Universidade está a desenvolver desde que foi fundada há 15 anos. Começou como uma escola de negócios em Madrid mas foi alargando o âmbito e os números mostram o crescimento da Universidade, atualmente com seis escolas, 75 mestrados e 28 bacharelatos, onde mais de 85 mil alunos já foram formados e com 10 mil alunos atualmente inscritos.
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A IE University está agora a expandir os seus horizontes académicos para Nova Iorque, onde fundou o IE New York College no ano passado, uma faculdade reconhecida pelo Estado de Nova Iorque como uma universidade americana e a única que é detida individualmente por uma entidade internacional. Em setembro começaram as aulas para dois mestrados, o Master of Science in Business for Social Impact and Sustainability e o the Master of Science in Management, mas em 2026 o leque de cursos vai aumentar com três novos mestrados que já receberam luz verde das autoridades e que vão incluir um Master in Data Analytics & Artificial Intelligence, para além de um Master in Finance.
Em todos os mestrados os alunos têm a possibilidade de ter acesso ao programa OPT – o Optional Practical Training – que lhes permite trabalhar nos Estados Unidos por 12 meses ou 3 anos, no caso da formação em Ciências, Tecnologia e Matemática (STEM), o que é uma oportunidade para o início de carreira. E existem bolsas de estudo que podem cobrir 50 a 75% dos valores das propinas.
Em entrevista ao TEK Notícias, Diego del Alcázar, CEO da IE University, sublinha que a visão da Universidade passa por promover uma mudança positiva, com uma visão global e humanista, e com valores acionáveis. E é aqui que se enquadra o lançamento da faculdade em Nova Iorque. “Nova iorque é a capital do negócio e da Inovação [...] Este é um projeto muito importante para a Universidade”, destacou, reconhecendo que ao mesmo tempo é desafiante, mas que é uma aposta que traz valor aos alunos e à própria cidade.
“Não é só o que Nova Iorque nos oferece, mas o que podemos oferecer a Nova Iorque, com um leque de alunos de muito valor que podem ser empreendedores ou ser integrados em empresas”, justifica Diego del Alcázar.
A estratégia de internacionalização da IE University é clara e o CEO admite que para criar a faculdade de Nova Iorque houve vários fatores que se conjugaram de forma perfeita. “Tínhamos feito um brainstorm sobre as localizações possíveis e Nova Iorque este sempre no topo da lista”, adiantou ao TEK Notícias, dizendo que surgiu a oportunidade de comprar uma escola que estava prestes a fechar e que isso acelerou o processo.
"É um passo decisivo na nossa jornada e um compromisso importante para a instituição. Nova Iorque alinha-se perfeitamente com a nossa visão para o futuro e as prioridade estratégicas", explica, confirmando ainda que a IE University se comprometeu a investir 18 milhões de dólares em cinco anos para este projeto nos Estados Unidos.
Diego del Alcázar defende ainda a importância de esta ser uma cidade muito ambiciosa que oferece uma experiência única e grandes oportunidades para os alunos na experiência académica, mas também nas possibilidades de carreira em grandes empresas e em empreendedorismo.
“Somos uma instituição global e partimos de Madrid mas acreditamos que vamos continuar a crescer e a incubar as nossas faculdades globalmente”, destaca, adiantando ainda que estão a ser avaliadas mais duas localizações “que também serão muito ambiciosas”, mas sem detalhar quais são nem definir calendários.
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Um ano de construção com planos de crescimento
Num encontro com a imprensa que se realizou hoje na escola de Nova Iorque, Manuel Muñiz, Provost da IE University e Chair of the Board of Trustees do IE New York College, partilhou a experiência do último ano, desde o processo de compra da escola à remodelação do edifício no SoHo e a preparação das bases para iniciar os primeiros cursos, que começaram as aulas ainda em fevereiro deste ano.
Apesar dos desafios de garantir a entrada de uma instituição académica internacional nos Estados Unidos, e particularmente no Estado de Nova Iorque, explica que os processos de licenciamento necessários foram relativamente rápidos e que as autoridades já deram autorização para mais três cursos, que vão começar no próximo ano. “Foi um ano de construção e estamos a avançar”, afirma.
Para já a Faculdade está a avançar com dois mestrados, e conta com 61 alunos, de origens muito diversas, representando 34 países. Na lista há alunos portugueses, entre os quais está Teresa Oliveira, que está a fazer o Master of Science in Business for Social Impact and Sustainability e que sublinhou as vantagens da experiência em Nova Iorque, em especial do ensino muito personalizado. “Aqui nunca somos apenas um número”, destacou, elogiando a qualidade do programa e dos professores.
Antes de vir para Nova Iorque estudou na IE University em Segóvia e teve acesso a uma bolsa para fazer este master, uma oportunidade que acolheu com entusiasmo. Ao contrário dos colegas não tinha o sonho de vir para Nova Iorque mas admite que esta possibilidade abre novas possibilidades de carreira nas áreas onde tem trabalhado, em especial na sustentabilidade e energias renováveis.

Os alunos com quem conversámos têm origens diversas, em termos de formação, com vários estudantes de países europeus mas também de outras geografias, desde a Ásia à América do Sul mas também dos Estados Unidos. Nem todos fizeram a formação inicial na IE University e isso não é um requisito, como adiantaram os responsáveis pela escola de Nova Iorque, explicando que o processo de seleção é rigoroso, que tem em vista a formação base dos alunos e ainda a escrita de um ensaio para avaliar os valores dos alunos e entrevistas pessoais.
“Estes alunos são os melhores de um grupo já pré selecionado”, afirmou Lilian López, Managing Director da IE New York College.
Visão Global para navegar tempos incertos, com a humanização em primeiro plano
A experiência de globalização, com um crescimento interdisciplinar, mas humanista, são as bases que Diego del Alcázar acredita que distinguem a IE University das outras universidades.
“O mundo está a mudar de forma muito rápida, estamos a ver uma disrupção tecnológica muito acelerada e que a Inteligência Artificial vai tornar mais rápida”, destaca Diego del Alcázar, apontando as consequências sociais mas há também mudanças políticas, para além das alterações demográficas que afetam a macroeconomia e os desafios ambientais e de sustentabilidade.
“Entendemos que existe uma enorme interdependência e que precisamos, como instituição de agir para entender as consequências, navegar nas mudanças e adaptar as estratégias”, afirma.
O papel das universidades é apontado como sendo ainda mais essencial neste mundo em mudança. "A educação e as universidades devem dar a capacidade de conhecer, a visão e as ferramentas para inovar e promover a mudança, sempre sem perder de vista a humanização, defende Diego del Alcázar.
Apesar de ter nascido como uma escola de negócios, a IE University está a aposta nas áreas de STEM (acrónimo em inglês para Ciência (Science), Tecnologia (Technology), Engenharia (Engineering) e Matemática (Mathematics)), um dos pilares relevantes para a estratégia da Universidade.
“Os alunos podem fazer uma formação de três anos em Madrid e vir para Nova Iorque fazer um mestrado de um ano para terem esta experiência de globalização e acesso ao OPT”, adianta Manuel Muñiz.
As recentes mudanças nas políticas dos Estados Unidos nos vistos para os alunos causaram este verão algumas preocupações mas que foram ultrapassadas, e Manuel Muñiz garante que os processos até agora não têm sido complicados. De qualquer forma, em resposta aos jornalistas, sublinha que há muita incerteza e polarização geopolítica, e que isso afeta não apenas os Estados Unidos mas também outras regiões.
Diego del Alcázar lembra porém que os jovens alunos continuam a privilegiar as experiências internacionais que trazem valor em termos de educação e de visão do mundo e que as empresas também dão primazia a contratar profissionais com este perfil, pelo que o cenário continua a ser positivo para apostar neste tipo de formação.
Nota da Redação: O TEK Notícias viajou para Nova Iorque a convite da IE University
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