Novo sistema de propulsão poderá usar satélites “mortos” e lixo espacial como combustível

A solução desenvolvida pela britânica Magdrive passa por um novo sistema de propulsão para naves espaciais que se “alimenta” de metal. Espera-se que a primeira versão do sistema, chamada Warlock, seja colocada em órbita em junho deste ano.

Em entrevista à CNN, Mark Stokes, cofundador da Magdrive, explica que a inclusão de um sistema de propulsão que usa metal como combustível poderá tornar os satélites até 10 vezes mais manobráveis, reduzindo em 10 vezes a quantidade de massa necessária para a propulsão.

Clique nas imagens para ver com mais detalhe

O responsável detalha que os atuais sistemas de propulsão usados para missões espaciais, sejam eles químicos ou elétricos, têm desvantagens. Por um lado, os sistemas de propulsão químicos permitem uma capacidade de impulso forte, mas são pouco eficientes no que respeita ao consumo de combustível.

Por outro, os sistemas de propulsão elétrica são eficientes quanto ao consumo de combustível, mas a capacidade de impulso é mais baixa, indica Mark Stokes. “Estamos a construir o primeiro sistema deste tipo que tem o melhor de dois mundos”, afirma o responsável.

Alterações climáticas podem obrigar a baixar número de satélites no espaço

Ver artigo

O sistema Warlock gera energia a partir de painéis solares. A energia gerada é depois usada para transformar metal, neste caso cobre, num gás com carga elétrica que pode ser usado para propulsão.

Mark Stokes afirma que o uso de metal, isto é, um material mais denso, poderia ajudar a poupar espaço a bordo do que tanques com gás comprimido. Além disso, a empresa defende que o seu sistema facilitaria o trabalho das fabricantes de satélites.

A primeira versão do sistema ainda não tem a possibilidade de ser reabastecida, mas a Magdrive acredita que, no futuro, seja possível fazê-lo ao recolher pedaços de lixo espacial embora este seja, para já, um plano hipotético.

A empresa prevê que a primeira implementação comercial do Warlock aconteça no próximo ano, com o seu sistema a poder ser usado em diferentes tipos de aplicações, incluindo satélites.