
Por Teresa Ferreira (*)
Estamos a poucos meses do Conselho Ministerial da Agência Espacial Europeia (ESA) de 2025 - um momento-chave em que cada Estado-Membro define o âmbito e a extensão da sua participação nos programas da Agência. O contexto atual exige de Portugal um posicionamento claro e ambicioso, num momento em que se antecipa um aumento significativo da procura de sistemas espaciais e serviços associados na próxima década.
A Comissão Europeia tem vindo a reforçar a sua ambição no domínio espacial com destaque para áreas como os serviços de Navegação por Satélite (como a 2.ª geração do sistema Galileo, muito para lá do GPS Americano); a Segurança, Vigilância e Controlo de Tráfego Espacial (num contexto de aumento exponencial de tráfego e lixo espacial e resultantes colisões entre satélites); e Observação da Terra (como o Copernicus e serviços associados). E a ESA é o principal veículo de preparação tecnológica e industrial para participação em programas de maior escala. Por isso, quem investir hoje estará mais capacitado para competir num mercado europeu alargado, exigente e em rápida transformação.
Portugal tem vindo a consolidar a sua presença no sector e dispõe hoje de um ecossistema espacial dinâmico, com empresas e centros de investigação ativos nas áreas de engenharia de sistemas, navegação, controlo orbital, deteção remota e cibersegurança espacial. No entanto, é necessário garantir escala industrial e continuidade de investimento para que estas competências se traduzam em produtos com impacto real nos mercados europeu e global.
A participação em programas estruturantes como o LEOPNT (Low Earth Orbit Positioning, Navigation and Timing) - que visa desenvolver capacidade de PNT em órbitas baixas - permitirá à indústria nacional integrar cadeias de fornecimento europeias, desenvolver tecnologia com selo português e aceder a contratos de maior dimensão.
Investir na ESA em 2025 é mais do que financiar projetos espaciais: é posicionar Portugal num setor de alta intensidade tecnológica, com impacto transversal em áreas como defesa, segurança, mobilidade, agricultura, energia, telecomunicações e ambiente.
Como recorda Marco Fuchs, presidente da Eurospace, na sua carta recente aos Ministérios Europeus, “o Espaço já não é opcional — é a fundação da resiliência, competitividade e sustentabilidade da Europa num mundo em transformação”.
Portugal tem talento, vontade e capacidade instalada. Temos a oportunidade de transformar essa base em impacto real — através dos investimentos certos, no momento certo.
(*) Diretora de Navegação por Satélite da GMV em Portugal
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