A viagem até ao enigmático asteroide metálico Psyche, em busca respostas sobre o início do Sistema Solar, faz parte do programa da agência espacial há vários anos, mas está agora a poucos meses de (começar a) materializar-se.
Em agosto de 2022, partirá do Kennedy Space Center, nos Estados Unidos, uma sonda que viajará pelo espaço durante quatro anos até chegar à órbita de um dos corpos celestes mais enigmáticos de que há conhecimento. É o maior asteroide do tipo M, com os seus 226 quilómetros de diâmetro, situado no cinturão principal entre Marte e Júpiter.
O asteroide aparece como um borrão difuso, daquilo que é possível observar dos telescópios baseados em Terra e no espaço, mas a partir de dados de radar sabe-se que Psyche - nome que a NASA também aproveitou para a sua missão - tem o formato de uma batata e gira de lado.
Ao analisarem a luz que reflete, os investigadores acreditam igualmente que o asteroide é incomumente rico em metal e uma possível explicação para que isso aconteça é que se tenha formado no início do Sistema Solar, seja como um núcleo de um planetesimal - um pedaço de um planeta - ou como um material primordial que nunca derreteu, aponta a NASA.
A missão da agência espacial norte-americana tem, precisamente, como objetivo descobrir a origem de Psyche e, no processo, responder também a questões fundamentais sobre a formação do Sistema Solar.
“Se for parte de um núcleo de metal, será parte da primeira geração dos primeiros núcleos do nosso sistema solar”, aponta Lindy Elkins-Tanton, investigadora que lidera a missão Psyche. “Mas não sabemos realmente, e não teremos a certeza de nada até chegarmos lá. Estamos cheios de perguntas e não temos muitas respostas. Isto é exploração de verdade”.
Um dos maiores desafios foi escolher os instrumentos científicos para a missão, já que não se sabe à partida o que será especificamente medido. Com tal questão em mente, a equipa decidiu apetrechar a sonda com vários recursos, nomeadamente, um magnetómetro para medir qualquer campo magnético; geradores de imagem para fotografar e mapear a superfície; e espectrómetros para indicar de que a superfície é feita, medindo os raios gama e neutrões emitidos.
Mas para que os instrumentos comecem a funcionar, é preciso primeiro alcançar o alvo e entrar em órbita. Após o lançamento do Kennedy Space Center em agosto de 2022, Psyche navegará além de Marte nove meses depois, usando a força gravitacional do planeta para se lançar em direção ao asteroide. É uma viagem total de cerca de 2,4 mil milhões de quilómetros.
A NASA explica que a espaçonave começará sua abordagem final ao asteroide no fim de 2025. À medida que se aproximar do seu alvo, serão ligadas as câmaras que transformarão a atual mancha difusa em imagens de alta definição, reveladoras das características da superfície deste mundo estranho pela primeira vez.
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