Em março, a Agência Espacial Europeia (ESA) suspendeu o envio do rover Rosalind Franklin, que se afirma como a segunda parte da missão ExoMars, para Marte depois de ter cortado relações com a Roscosmos devido à guerra na Ucrânia. Agora, a ESA tem novos planos para o rover e vai voltar a colaborar com a NASA para o desenvolvimento da missão.
A decisão foi anunciada durante a mais recente reunião do Conselho Ministerial da ESA, onde a agência revelou também o orçamento para 2022 e 17 novos astronautas para futuras missões espaciais. De acordo com Josef Aschbacher, diretor-geral da ESA, o Conselho Ministerial considerou várias opções, mas acabou por decidir que o investimento na missão, agora planeada para 2028, valeria a pena.
A ESA será responsável pelo desenvolvimento de um lander para o rover Rosalind Franklin. Já a NASA, que originalmente era parceira da missão, mas que teve de abandonar o projeto para se poder dedicar ao super telescópio James Webb, ficará a cargo do transporte da missão para o Espaço com um foguetão, desenvolvendo também um motor para o lander que a agência espacial europeia vai construir, detalhou o diretor-geral da ESA numa conferência de imprensa após a reunião.
O lançamento do rover Rosalind Franklin, cujo nome é uma homenagem à química britânica que investigou a estrutura do ADN, tem sido sucessivamente adiado. Ainda em janeiro, Josef Aschbacher, que, na altura, rejeitou a ideia de que a tensão com a Rússia pudesse prejudicar a missão, tinha anunciado que a ESA lançaria o rover em setembro.
Após a invasão russa à Ucrânia, o Conselho da ESA reconheceu a “impossibilidade de continuar a cooperação com a Roscosmos" na missão ExoMars e mandatou o diretor-geral, Josef Aschbacher, para "tomar as medidas apropriadas para suspender as atividades" com a agência espacial russa.
Depois da suspensão, a Roscosmos indicou que enviaria a sua própria missão com um rover a Marte. O ex-diretor da Roscosmos, Dmitry Rogozin, afirmou que a expedição científica ao planeta vermelho seria feita "por conta própria", acusando "os amigos europeus" de subserviência aos Estados Unidos.
O rover Rosalind Franklin tem como missão ajudar os cientistas a perceber se já existiu vida no planeta vermelho, analisando os componentes que formam a sua superfície. O veículo vai explorar a Oxia Planum, uma zona conhecida por estar próxima de terrenos outrora ricos em água e que poderão ter acolhido vida no passado.
Recorde-se que a ESA e a NASA vão trabalhar em conjunto para fazer com que as amostras recolhidas pelo rover Perseverance cheguem à Terra, num processo retratado num novo vídeo lançado pelas agências.
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