Até agora, os chips feitos de silício inspirados na forma como o cérebro funciona são limitados na imitação das funções cerebrais, já que a maioria dos exemplos é construída com base em princípios eletrónicos. A realidade pode, no entanto, estar prestes a mudar.
Uma equipa de cientistas da Universidade de Indiana conseguiu ligar aglomerados de células cerebrais humanas cultivadas em laboratório, conhecidos como "organoides cerebrais", a um chip de inteligência artificial (IA). Denominado Brainware, o sistema mostrou a capacidade de realizar tarefas.
A abordagem implicou o envio e receção de informações de e para o organoide cerebral a partir de um conjunto de elétrodos de alta densidade, observando respostas e mudanças. Os estímulos elétricos espaciotemporais foram usados para alcançar propriedades dinâmicas não lineares e memória de curto prazo e apontar para a realização de tarefas computacionais sem supervisão.
O sistema híbrido foi testado em campos como o do reconhecimento da fala e do cálculo matemático, com resultados positivos, embora com uma precisão menor em comparação com as redes neurais artificiais convencionais.
Os resultados também mostram outras limitações, como o facto de o a Brainware ainda não ter alcançado a precisão ideal ou falhar na demonstração de capacidade para processar e armazenar informação a longo prazo ou aprender múltiplas tarefas.
Além disso, alguns cientistas sublinham que os organoides cerebrais não têm a capacidade real de ouvir a fala, reagindo apenas aos estímulos elétricos.
Apesar das limitações, o estudo é considerado uma boa demonstração das capacidades dos organoides cerebrais e abre caminho para mais investigação sobre o uso de células cerebrais em sistemas de computação biológica.
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