Depois de uma edição puramente virtual, o Web Summit volta este ano a receber público, expositores e oradores, desta vez com números mais modestos mas com o entusiasmo de sempre. Ontem a organização comunicou ter esgotado os 40 mil bilhetes, o limite imposto pelas medidas de segurança da pandemia da COVID-19, como explicou ao SAPO TEK Paddy Cosgrave, em entrevista na semana passada.

À medida que a hora de início da abertura se aproximava, marcada para as 17h, mais pessoas iam chegando ao Altice Arena, com filas organizadas à porta e necessidade de mais burocracias, entre as quais a apresentação dos certificados de vacinação ou testes COVID-19.

Mas nas filas o entusiasmo era grande e ao nosso lado havia "repetentes" do Web Summit que já conhecem os cantos à casa, um orador que já participa desde 2014, desde que a conferência se realizava ainda em Dublin, e uma jornalista britânica a morar em Lisboa que vem pela primeira vez. Todos com a mesma expectativa, elogiando a organização e contentes por não estar a chover, depois de três dias “molhados” em Lisboa.

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As primeiras apresentações em palco são dos empreendedores, de várias startups, que têm o desafio de em poucos minutos mostrarem as suas ideias, antes que a música lhes interrompa a palavra. De aplicações a ferramentas empresariais, soluções de inteligência artificial, as startups escolhidas representam as milhares de pequenas empresas que vêm ao Web Summit à procura de uma oportunidade e financiamento para o seu projeto. Algumas numa fase muito inicial, outras já com provas dadas e projetos em andamento, mas procurando visibilidade, e mais financiamento para continuarem a desenvolver as soluções.

A abertura formal começou mais tarde, às 18h30, e conta com Frances Haugen, a whistleblower do Facebook que vai aparecer pela primeira vez em público depois de ter já comparecido perante o Congresso para testemunhar sobre as práticas da rede social que denunciou. Como habitual também as autoridades portuguesas estão presentes na sessão de abertura, com o Ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, Carlos Moedas, o recém eleito presidente da Câmara Municipal de Lisboa, e naturalmente o CEO da Web Summit, Paddy Cosgrave.

O co-fundador do Web Summit subiu ao palco para acolher todos os participantes, e as startups, e como já é habitual lembrou que a conferência é o momento de reencontrar os velhos amigos, e de conhecer novos. E por isso voltou a pedir aos participantes para se levantarem e apesentarem aos "vizinhos" do lado. E em vez de apertar as mãos, devido às restições pandémicas, sugeriu que trocassem contactos através da aplicação. E toda a sala começou a "fervilhar". "É fantástico", afirmou Paddy Cosgrave, perante a excitação e movimentação na sala. "Não sei se vou conseguir parar isto", admitiu o CEO da Web Summit pedindo para que todos se sentassem para acompanhar o resto da sessão de abertura e os restantes convidados.

Em palco, Carlos Moedas, presidente da câmara municipal de Lisboa, anunciou uma cidade aberta para os empreendedores e a promessa de criar uma "fábrica de startups" que ajude a tornar as ideias em grandes negócios.

O ponto alto da noite foi a apresentação de Frances Haugen, a denunciante do Facebook que expôs as práticas da empresa na gestão de conteúdos. Em palco a ex funcionária da empresa de Mark Zuckerberg explicou porque tomou a decisão e afirma que acredita que o Facebook pode mudar.

4 dias de agenda cheia

Este é só o início de uns longos 4 dias de Web Summit, e uma agenda cheia. No SAPO TEK, já tínhamos dado a conhecer 10 oradores que vale a pena ouvir no Web Summit 2021 e para ajudar a compor a sua agenda para o evento, destacamos ainda algumas das talks que deve apontar no calendário, e que poderá também consultar ao detalhe no website do Web Summit, ou na própria aplicação do evento.

Clique nas imagens para conhecer algumas talks que vale a pena acompanhar no Web Summit 2021

Dia 2 de novembro

Christopher Wylie, “whistleblower” do Facebook no polémico caso Cambrige Analytica e agora responsável pelo departamento de tecnologias emergentes da H&M, sobe ao palco para uma conversa acerca da regulação da Internet. O mundo online não tem de ser um local “assustador” e o responsável defende que as atuais abordagens de regulação das tecnologias poderão não funcionar no futuro, apelando a uma mudança para evitar desastres.

Fora dos ecrãs, a atriz e comediante Amy Poehler tem vindo a trabalhar para ajudar jovens mulheres a tornarem-se líderes e, nesta sessão marcada no palco central do Web Summit, dará a conhecer mais sobre a forma como podemos dar mais poder às gerações futuras.

Ao longo dos últimos anos, a Cloud mudou significativamente o mundo em que vivemos. Nesta sessão, Werner Vogels, CTO da Amazon, apresenta o exemplo da AWS, detalhando a forma como evoluiu ao longo do tempo, começando por operar apenas alguns serviços em certas regiões e passando a levar a tecnologia na “nuvem” a quase todos os cantos do mundo.

Dia 3 de novembro

O lançamento oficial da European Startups Nations Alliance (ESNA) está em destaque no palco central do Web Summit, numa sessão liderada por Pedro Siza Vieira, Ministro da Economia. Apresentada neste ano, a ESNA, onde Portugal apresenta um papel de destaque, afirma-se como um passo essencial para tornar o ecossistema europeu de empreendedorismo mais competitivo.

A pandemia de COVID-19 pôs a “nu” as disparidades que existem no mundo, incluindo no acesso ao digital, que se tornou numa ferramenta fundamental para manter a vida a funcional no “novo normal”. Será possível atingir uma maior equidade digital entre países? É esta a pergunta a que Brad Smith, presidente da Microsoft, se propõe a responder nesta sessão.

O desenvolvimento do metaverso é um dos novos objetivos do Facebook, que, ainda na semana passada mudou de identidade, passando a chamar-se Meta, refletindo os seus novos propósitos. Nesta sessão, Chris Cox, CTO da empresa, dará a conhecer um pouco mais do que podemos esperar do metaverso e sobre a forma como promete transformar as nossas vidas.

Dia 4 de novembro

Estaremos a entrar na época áurea da tecnologia europeia? Embora a Europa tenha apenas um décimo de todos os “unicórnios”, com as empresas dos Estados Unidos e China a liderarem nesta categoria, há potencial para ter um papel ainda mais relevante no ecossistema tecnológico global. Nesta sessão, António Dias Martins, CEO da Startup Portugal, e Kat Borlongan, Founding Member da Scale-Up Europe, darão a conhecer o que será necessário para a Europa atingir o seu potencial.

A sustentabilidade e a luta contra as alterações climáticas também fazem parte das temáticas em debate no Web Summit 2021. Patrick Brown, CEO da Impossible Foods, sobe ao palco central para uma sessão acerca da forma como a redução do consumo de produtos animais e a escolha de uma alimentação à base de plantas pode ser uma das formas mais poderosas de pôr um travão nas alterações climáticas.

O “pai” da World Wide Web está de regresso ao Web Summit para uma sessão centrada no uso desregrado de dados. Acompanhado por John Bruce, CEO e cofundador da Inrupt, Tim Berners-Lee, também cofundador e CTO da empresa, deixará um apelo aos governantes um pouco por todo o mundo, focando-se na forma como será possível catalisar a próxima era da web.

Deixe também na caixa de comentários outras sugestões e acompanhe o trabalho do SAPO TEK no Web Summit através do dossier dedicado à conferência.

Nota da Redação: A notícia foi atualizada durante a conferência, última atualização 20h25

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