Era algo que não podia ter sido feito com tecnologia anterior: as capacidades de observação em infravermelho do telescópio espacial James Webb mostraram, com grande resolução, a fase inicial de formação de estrelas, gás e poeira em galáxias próximas.

Mais especificamente, uma das novas imagens captada por James Webb mostra claramente estrelas jovens em torno da galáxia espiral NGC 1433. O registo consiste no maior levantamento de galáxias próximas no primeiro ano de operações científicas do Webb e foi obtido como parte de uma colaboração com a High Angular Resolution Physics in Near Galaxies (PHANGS), que inclui mais de 100 investigadores de vários países.

Os dados conduziram a uma coleção inicial de 21 trabalhos de pesquisa que fornecem uma nova visão de como alguns dos processos de menor escala no Universo - o início da formação estelar - impactam a evolução dos maiores objetos cósmicos: as galáxias.

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A equipa tem estudado uma amostra diversificada de 19 galáxias espirais. Nos primeiros meses, os cientistas observaram com o Mid-Infrared Instrument (MIRI) do telescópio cinco dessas galáxias: M74 , NGC 7496 , IC 5332 , NGC 1365 e NGC 1433. As análises revelaram cavidades brilhantes de poeira e enormes bolhas cavernosas de gás que revestem os braços espirais galácticos.

Em algumas regiões, esse conjunto de características aparece construído a partir de “conchas” e “bolhas” sobrepostas onde estrelas jovens libertam energia. “As observações do infravermelho médio foram fundamentais para compreender essa fase inicial de formação estelar, uma vez que está escondida sob um véu de poeira que bloqueia a passagem da luz visível”, referem os cientistas.

Os comprimentos de onda infravermelhos observáveis ​​pelo MIRI (7,7 e 11,3 mícrones) são sensíveis à emissão de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, cruciais na formação de estrelas e planetas. Estas moléculas foram detetadas pelo James Webb nas primeiras observações do programa PHANGS. Estudar tais interações pode ajudar a ter uma visão maior sobre como as galáxias evoluíram ao longo do tempo, considera a comunidade científica.

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