Quase metade dos americanos vê com bons olhos a decisão de banir o acesso ao TikTok no país, segundo uma pesquisa conduzida pela Reuters e pela Ipsos, divulgada no mesmo dia em que mais um Estado norte-americano avança com o bloqueio do acesso à plataforma em contexto profissional.
Os resultados do inquérito mostram que 47% dos inquiridos estão a favor de medidas de restrição ao uso da app a nível nacional, 36% estão contra uma decisão deste tipo e 17% não têm uma opinião formada sobre o assunto. Embora a dimensão da amostra não seja grande - foram inquiridas pouco mais de um milhar de pessoas - mostra a profunda divisão na sociedade norte-americana sobre um assunto que promete continuar na ordem do dia no país. Se quase metade dos inquiridos se mostram favoráveis a medidas de restrição, também se revela com esta pesquisa que mais de metade da população auscultada não é a favor da proibição do TikTok no país, pelo menos por enquanto.
O que a pesquisa também indica é que, entre os americanos favoráveis a uma proibição da app da chinesa Bytedance no país, 58% são republicanos e uma percentagem menor (47%) são democratas. Revela-se também que os americanos estão preocupados com a crescente influência global da China.
As mais altas instâncias do poder federal nos Estados Unidos já proibiram a utilização do TikTok em equipamentos profissionais. Mais de uma dezena de Estados norte-americanos fizeram o mesmo, incluindo o Estado de Montana, numa decisão que será alargada a toda a população a partir de 1 de janeiro do próximo ano, se as tentativas da rede social nos tribunais para a bloquear não produzirem efeitos.
Esta quarta-feira também o Estado de Nova Iorque anunciou que vai deixar de permitir a utilização da rede social em dispositivos profissionais, porque o serviço “representa uma ameaça de segurança para as redes técnicas da cidade”, justifica uma declaração assinada pelo Mayor da cidade, Eric Adams. Os funcionários e entidades na dependência do Estado de Nova Iorque têm 30 dias para desinstalar a app. Os funcionários que usem o TikTok em equipamentos pessoais também vão deixar de poder ligá-los a redes do Estado.
Em março, o diretor do FBI alertou para os perigos da utilização do TikTok, mais uma vez, confirmando as alegações que suportam as posições políticas a favor da proibição da rede social. Christopher Wray referiu que o Governo chinês pode usar o TikTok para controlar o software em milhões de dispositivos e disseminar informação para dividir os americanos.
O TikTok tem tentado responder às preocupações dos americanos com a segurança através de várias iniciativas, que não têm chegado para convencer os decisores políticos. Em março, a empresa divulgou em comunicado que 150 milhões de americanos, incluindo 5 milhões de negócios, usam ativamente a plataforma.
Na Europa, o acesso à rede social em contexto profissional também já é proibido em alguns países, empresas e nas instâncias europeias. Nos Estados Unidos está em preparação uma proposta legislativa para dar poderes ao presidente Biben que permitam uma proibição nacional à utilização da rede social.
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