
O trabalho de desenvolvimento do projeto 5G Nanosatellite já teve a primeira fase de definição dos requisitos e testes de viabilidade no início do ano passado, entre janeiro e outubro de 2024, e conta com o envolvimento de investigadores do IST NanosatLab e da Universidade do Luxemburgo/SnT, num consórcio liderado pela Altice Labs e onde a Agência Espacial Europeia (ESA na sigla em inglês), é parceira. Agora entra na fase 2 de desenvolvimento, preparando o lançamento para o espaço em 2027.
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O objetivo é integrar tecnologias de comunicação de última geração em nanosatélites, criando um terminal 5G bidirecional capaz de operar de forma quase permanente em órbita baixa (LEO, Low Earth Orbits, em inglês), ultrapassando as limitações atuais das comunicações nestes sistemas.
"A tecnologia que está a ser desenvolvida permitirá, por exemplo, que o satélite mantenha uma ligação quase contínua com a rede terrestre — o que representa um avanço importante face às soluções atuais, que dependem fortemente de estações em terra e têm janelas de comunicação limitadas", explica a Altice em comunicado.
A utilização da tecnologia 5G e 6G no espaço, em satélites orbitais, faz parte dos projetos em desenvolvimento pela Agência Espacial Europeia que já traçou um calendário para várias iniciativas, mas está também a ser olhada pelas fabricantes de telecomunicações como uma evolução que permitirá a ligação dos smartphones às redes de satélites.

Já foram feitos vários testes e no final do ano passado a ESA e a Telsat fizeram a primeira ligação entre um satélite e uma estação terrestre usando a tecnologia 5G Non-Terrestrial Network (NTN).
Novas linhas de comunicação com o 5G Nanosatellite
A primeira fase do projeto 5G nanosatellite decorreu no início do ano passado, entre janeiro e outubro de 2024, com a definição dos requisitos e testes de viabilidade, tendo sido realizados testes comparativos e a validação da arquitetura. Agora começa a segunda fase da iniciativa, que vai estar centrada no desenvolvimento de hardware, integração de sistemas e testes em solo.
O consórcio explica que "estão a ser instaladas estações gNB em três localizações em Portugal, que irão assegurar a ligação com o satélite em órbita", uma fase que deverá ficar concluída até 2026.
Já foi realizada este ano uma demonstração nas instalações da Altice Labs com a presença da Agência Espacial Portuguesa, onde um protótipo funcional do terminal 5G UE, equipado com câmara, transmitiu vídeo em tempo real para um computador terrestre com ligação à internet.
O objetivo final é desenvolver um terminal 5G User Equipment (UE) e antenas específicas para nanosatélites, permitindo que outros players da indústria espacial utilizem a tecnologia. Ao mesmo tempo, está a ser criada uma geração de 5G Node B (gNB), especialmente adaptadas para NTN, o que permitirá reduzir o número de estações-base necessárias para cobrir a maioria das órbitas baixas
Segundo a informação partilhada pela Altice, o projeto 5G Nanosatellite pretende testar já em 2027 a viabilidade de um terminal 5G baseado em Software Defined Radio e Software Open-Source, funcionando num Sistema em Chip de Rádio Frequência (RFSoC) da AMD. Este vai ser integrado num CubeSat 3U, que será colocado em órbita a cerca de 500 km de altitude.
A empresa adianta que o RFSoC combina conversores de dados de alta velocidade, processamento multi-core e FPGA num único chip, eliminando a necessidade de componentes externos.
A vantagem passa também pela utilização da infraestrutura terrestre 5G e dos padrões definidos pelo 3GPP para Redes Não Terrestres (NTN na sigla em inglês), permitindo assim uma ligação quase contínua com a rede terrestre e sem as limitações atuais que fazem com que os sistemas dependam das estações em terra, com janelas de comunicação limitadas. Soma-se a isso o facto do terminal 5G UE seguir um padrão global (IP sobre 5G), superando limitações de plataformas SDR existentes que utilizam múltiplos protocolos de comunicação
O lançamento do satélite que vai colocar o terminal em órbita está previsto para 2027, marcando a fase final de validação em ambiente real.
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