Por Renato Loria (*)
Virtualizar! Eis a palavra de ordem no domínio empresarial. O conceito deixou já de ser visto propriamente como uma “grande” novidade entre gestores e responsáveis de TI das maiores organizações mundiais. Mas quando o mercado olha mais de perto para as pequenas e médias empresas (PME), o cenário e as certezas absolutas podem mudar, trazendo a lume uma nova realidade.
É bem verdade que as PME representam a maior parte dos negócios concretizados em território nacional; por exemplo, as PME Líder (definidas anualmente pelo IAPMEI) tiveram, em 2022, um volume de negócios superior a 45 mil milhões de euros, exportações de 8 mil milhões de euros e foram responsáveis por cerca de 327 mil de postos de trabalho. Os valores dão bem conta do peso absoluto que estas companhias asseguram no tecido económico nacional e da importância que devem merecer da parte dos fabricantes de TI.
Mas, apesar dos dados positivos, a verdade é que isso nem sempre se reflete em investimento e as PME têm enfrentado, nos últimos tempos, desafios consideráveis no cenário tecnológico. As duras limitações orçamentais, frequentemente, impedem a adoção de tecnologias avançadas. O budget disponível para o dia a dia é, regra geral, mais apertado e os valores nem sempre chegam para fazer frente às necessidades que vão surgindo e ao inexorável avanço tecnológico.
Nesta encruzilhada estratégica, em matéria tecnológica, voltamos atrás no texto e seguimos como começámos: virtualização! Uma solução já consolidada no mercado que vem ajudar a equilibrar o jogo entre as PMEs e as grandes empresas, permitindo às primeiras aproveitarem as vantagens das tecnologias modernas sem comprometer os seus orçamentos.
E, na realidade, diria que as vantagens são incontáveis, desde a simplificação do Ambiente de Servidor à economia de custos ou a uma maior flexibilidade e escala.
Vale lembrar que os servidores tradicionais muitas vezes operam com subutilização de recursos, tornando as máquinas muito pouco eficientes. A virtualização possibilita a execução de múltiplos sistemas operacionais num único servidor físico por via do recurso a máquinas virtuais. Por outro lado, permite também que as PME assegurem a maximização total de um único servidor físico para hospedar várias máquinas virtuais/virtual machines (VMs).
Contas feitas, as PME passam a ter maior flexibilidade e mais escalabilidade, conseguindo ajustar rapidamente a capacidade de TI de acordo com aquilo que será a sua real evolução e os caminhos trilhados pelo negócio.
Mas a virtualização garante ainda às pequenas e médias empresas uma redução de custos operacionais de infraestrutura, pelo aluguer de recursos de computação e licenças de software, um reforço da segurança e um maior acesso remoto, com acento tónico na mobilidade, tão ou mais importante numa altura em que o trabalho remoto começa a ser regra e a virtualização de desktops e aplicações indispensável em qualquer organização. Ou seja, a virtualização permite, não só superar desafios tecnológicos, mas também obter vantagens competitivas e assegurar um futuro sustentável num mundo digital em constante evolução.
O desenvolvimento tecnológico não se compadece de organizações menos preparadas e a concorrência está em campo, ali mesmo, ao virar da esquina, sempre pronta a aproveitar qualquer deslize. É também nesse sentido que a virtualização pode e deve ser estrategicamente considerada. Não é apenas “mais uma” solução, mas sim uma ponte para a excelência tecnológica, vantagem concorrencial e crescimento duradouro.
(*) CTO e Co-Founder da WEDOIT
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