Por Nélson Ferreira (*)

Num mundo cada vez mais digital, a segurança e a proteção de dados tornaram-se nas principais preocupações dos gestores. Se, por um lado, a informação de clientes passou a ser a prioridade de defesa das empresas, por outro, tornou-se num alvo apetecível para ataques cibernéticos. Um estudo recente feito a nível mundial revelou que a maior preocupação das administrações não reside em possíveis danos patrimoniais ou na perda de lucros, mas sim nos riscos cibernéticos. Nesta nova era digital, os dados sucederam ao petróleo e tornaram-se no recurso mais valioso do mundo.

Esta preocupação tenderá a ser cada vez maior, tendo em conta a crescente passagem do modelo de negócios de uma via tradicional e física para um marketplace online e virtual, conhecido como a Transformação Digital. Quando até a mais potente primeira linha de defesa contra as ameaças cibernéticas – o próprio sistema informático da empresa – revela-se insuficiente, a vulnerabilidade no universo empresarial torna-se numa das maiores ameaças, não sendo, por isso, de estranhar a frequência cada vez maior e, sobretudo, com consequências dispendiosas, de vários eventos mediáticos relacionados com ataques cibernéticos. Por mais seguros que sejam os sistemas informáticos, os riscos multiplicam-se à velocidade da luz e com efeitos negativos, tanto para o futuro do negócio como para os acionistas.

As estatísticas demonstram que o problema não se revolve apenas investindo em grandes plataformas ou em software de segurança informática, apesar de serem cada vez mais robustas e fiáveis. No ano passado e a nível mundial, a cada 10 segundos um utilizador foi atacado por ransomware e uma empresa a cada 40 segundos. Em Portugal, a cibercriminalidade foi o fenómeno criminal mais investigado pelo Ministério Público de Lisboa em 2016, tendo sido registados quase 3.500 inquéritos de cibercriminalidade. Se fossem precisos mais números para dar dimensão ao problema: a cibercriminalidade foi o crime que mais cresceu desde 1998, ao registar um total de 9.246 queixas.

Os ataques são hoje mais sofisticados que nunca e desenvolvidos por autores que vão desde sindicatos do crime a hackers independentes, verificando-se cada vez mais ataques “internos” praticados pelos próprios funcionários dentro das empresas por várias razões. No caso das empresas, os prejuízos de um ataque bem-sucedido podem não só colocar em causa a sua reputação, mas ter um forte impacto financeiro, sendo que a maioria destes ataques derivam de várias causas, como fugas de dados confidenciais, pirataria e vírus informáticos, sabotagem, pilhagem de informação ou roubo de identidade.

É claramente notório que os ataques cibernéticos vão continuar a aumentar, pelo que a necessidade de proteção por parte das empresas deve ser uma preocupação crescente e constante das administrações, perante um risco emergente que tem ainda um baixo nível de penetração em Portugal quando comparado com outros países. Perante este contexto, a indústria dos seguros respondeu de forma inovadora e competente criando respostas concretas, no caso da AIG através do seguro CyberEdge.

As empresas portuguesas têm hoje uma solução desenhada à realidade atual e que representa uma valiosa camada adicional à defesa contra ameaças cibernéticas, perante uma variedade de exposições a riscos cibernéticos não cobertos por seguros de responsabilidade civil convencionais. O objetivo não é evitar que os ataques aconteçam, mas segurar os elevados prejuízos que poderão decorrer desses ataques. Uma solução que permite proteger os negócios das empresas através de um vasto leque de coberturas como a gestão de ocorrências, a perda de lucros por interrupção do sistema informático, de ciber-extorsão, entre outros.

Seguindo as novas tendências e as necessidades atuais das empresas, o seguro CyberEdge foi recentemente atualizado, tornando-se ainda mais abrangente, com a extensão de cobertura para fornecedores externos de serviços, com uma cobertura mais ampla para perdas de exploração e com soluções para programas multinacionais.

Numa altura em que emergem problemas complexos todos os dias, é necessário assegurar soluções que permitam ir ao encontro das prioridades das empresas e protege-las dos riscos da inovação, para que possam adaptar-se e estar preparadas para enfrentar com segurança a nova era digital.

(*) diretor de Linhas Financeiras da AIG Portugal